Dado como não provada a sua culpabilidade ficou apenas Luiz Gushiken, um aliado muito próximo de Lula e antigo ministro brasileiro das Comunicações.
O sistema de compra e venda de apoio político no Parlamento, em que deputados recebiam uma mensalidade em troca dos seus votos favoráveis, “é dado como provado”, foi declarado pelo colectivo do Supremo, é citado na edição online do diário brasileiro Globo.
Este caso incide sobre um total de 38 arguidos, 22 dos quais tinham já sido condenados numa pronúncia de sentença feita a 30 de Agosto passado – incluindo o antigo presidente da Câmara dos Deputados (câmara baixa do Parlamento brasileiro), João Paulo Cunha, o primeiro líder de envergadura do PT a ser declarado culpado no processo que investigava de forma abrangente o escândalo do “mensalão”, envolvendo crimes de corrupção, desvio de fundos públicos e branqueamento de dinheiro.
Amanhã é esperada a decisão do Supremo sobre o antigo chefe do gabinete presidencial de Lula, José Dirceu, e ainda do antigo presidente do PT José Genoíno e do ex-tesoureiro daquele partido Delúbio Soares – considerados pesos-pesados deste escândalo que abalou a presidência de Lula da Silva, chegando a pôr em risco a sua recondução em 2006.
As penas de todos os condenados só serão conhecidas no final das audiências, depois de todos os veredictos serem conhecidos, daqui a várias semanas, é apontado pelo Globo.
Lula da Silva, que deixou o poder em 2010 com uma taxa de popularidade nos 80%, distanciou-se sempre do “mensalão”, tendo declarado que se sentiu traído quando o escândalo emergiu e pedido desculpas públicas em nome do seu partido.
Na sexta-feira, com a campanha das eleições municipais no Brasil ao rubro, fez as primeiras declarações públicas sobre o curso do processo no Supremo, sustentando que o PT e os seus apoiantes não devem sentir vergonha por causa do mensalão. O seu Governo, insistiu, fez mais na luta contra a corrupção do que qualquer um dos seus antecessores, e acusou ainda os partidos de direita de estarem a tentar explorar politicamente o processo jurídico para obterem ganhos nas eleições de domingo próximo.