Natércia Nhabanga, directora provincial de Coordenação da Acção Ambiental de Manica, afirmou que várias iniciativas foram postas em marcha, incluindo a construção da terceira hidroeléctrica na província, para minimizar o abate desordenado de árvores para produção de carvão vegetal e lenha, além da madeira.
“Há uma cultura (dos moçambicanos) de cozinhar à lenha, mas há também muitas acções (do governo) para o uso de energia eléctrica para cozinha como acontece no Zimbabwe (que compra energia de Moçambique)”, disse à Lusa Natércia Nhabanga, que prefere não traçar metas.
O país está a consumir o correspondente a apenas 15 por cento do total de 2,075 megawatts de energia eléctrica produzida pela barragem da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), localizada na província de Tete.
Várias acções pretendem aumentar a taxa de cobertura dos consumidores de energia eléctrica para 80 por cento, contra os 18 por cento actuais.
Três distritos de Manica não têm energia eléctrica da rede nacional e são, actualmente, abastecidos através de grupos geradores.
O governo introduziu o sistema “fogão poupa lenha”, para poupar combustível, a instalação de mini-hídricas e sistemas fotovoltaicos, e uso de energia iónica em oito dos dez distritos de Manica, na sua maioria, sistematicamente, devastados por queimadas descontroladas, mas as soluções estão longe de responder ao problema.
Dados indicam que, em 2011, 185 665 hectares de terra, quase toda arável, sofreram queimadas descontroladas, quase o triplo da área queimada em 2010 (68 070 hectares).
O número de incêndios activos subiu de 16 229 focos em 2011, para quase o dobro até Agosto de 2012. A maioria dos focos de incêndios foi causada por caça a ratazanas.
“A população tem, na natureza, o seu único recurso de sobrevivência”, disse um dos participantes num seminário que juntou o governo e lideranças religiosas e comunitárias, em que foi discutida a problemática de mudanças climáticas e outros temas transversais.