«Devido às repetidas exigências da população, o Google e o Gmail vão ser filtrados em todo o país. Os filtros vão permanecer até indicação em contrário», anunciou o conselheiro do procurador-geral e responsável pela comissão que filtra o acesso dos iranianos à Internet, Abdul Samad Khoramabadi.
Segundo agência de notícias iraniana Mehr, «nos últimos dias, todas as agências governamentais têm funcionado com ligação à rede nacional de informação», pelo que «a segunda fase do plano é ligar todos os cidadãos iranianos à rede nacional». Estas afirmações reforçam a ideia alimentada há largos meses de que o governo iraniano se encontra a trabalhar em planos para substituir a Internet por uma rede interna, que limitará o acesso da população apenas a conteúdos considerados legais.
A agência noticiosa AFP, no entanto, afirmou que, apesar dos bloqueios, há utilizadores que conseguem aceder às suas contas do Gmail através de VPN (Virtual Private Network), que permite contornar os bloqueios impostos pelo Governo iraniano com uma ligação a servidores localizados fora do país.
Recorde-se que esta é a segunda vez ano que as autoridades cortam ou limitam o acesso a serviços do Google. Em fevereiro, os iranianos viram-se privados de aceder ao motor de busca e ao Gmail e o site de partilha de vídeos YouTube, que tem sido alvo de vários bloqueios desde meados de 2009, na sequência das manifestações contra a reeleição de Mahmud Ahmadinejad nas presidenciais, que muitos iranianos consideraram ter resultado de uma fraude eleitoral. Além do YouTube, também o Facebook e o Twitter costumam por vezes ver o seu acesso limitado.