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PR Chapo apela a forças armadas mais activas no combate ao terrorismo em Cabo Delgado

O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, apelou a um compromisso reforçado das Forças Armadas de Moçambique (FADM) na luta contra o terrorismo na província norte de Cabo Delgado. 

O líder moçambicano insistiu que os melhores elementos devem estar nas linhas da frente das operações militares.

Chapo proferiu estas declarações na municipalidade de Matola, durante a cerimónia central que assinalou o 61º aniversário das FADM, celebrado a 25 de Setembro, marcando o início da luta armada do país contra o domínio colonial português em 1964.

“Terrorismo não se vence deixando os melhores soldados, os melhores elementos, os familiares ou os filhos dos líderes nos seus escritórios. Cada cidadão que faz parte das Forças de Defesa e Segurança deve deslocar-se para o teatro de operações do norte (ou seja, Cabo Delgado). Isto é inegociável”, afirmou Chapo.

O Presidente acredita que têm ocorrido melhorias significativas na situação de segurança em relação a anos anteriores, contudo, advertiu que os grupos terroristas estão a mudar as suas tácticas, promovendo o uso de dispositivos explosivos improvisados, ataques a civis e sequestros.

Estas ameaças, segundo Chapo, exigem um fortalecimento da capacidade operacional das FADM. “As nossas forças armadas demonstraram coragem, disciplina e resiliência, recuperando territórios e permitindo o retorno seguro da população. No entanto, é necessário um investimento acrescido para neutralizar as ameaças em Cabo Delgado”, acrescentou.

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Cabo Delgado tem registado um ressurgir de ataques rebeldes desde Julho, com os distritos de Chiúre, Muidumbe, Quissanga, Ancuabe, Meluco e, mais recentemente, Mocímboa da Praia como alvos, tendo-se verificado várias mortes.

Só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques no norte de Moçambique, muitos dos quais reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico, representando um aumento de 36% em relação ao ano anterior, segundo um estudo divulgado pelo Africa Centre for Strategic Studies (ACSS), uma instituição académica do Departamento de Defesa dos EUA.

Durante o evento, Chapo prestou homenagem aos veteranos da Luta Nacional de Libertação, sublinhando que “25 de setembro é um marco na história da libertação e uma homenagem àqueles que caíram pela independência. Este momento é também um compromisso de honra para continuar a defender os ideais por que lutaram os nossos heróis.”

Como parte das celebrações, foram atribuídos títulos honorários e medalhas a 724 moçambicanos. “A homenagem não é um pagamento, mas um gesto simbólico para reconhecer o vosso sacrifício e dedicação ao país”, declarou Chapo.

“O país exige a participação de todos nós”, reiterou. “Os nossos heróis deram-nos um exemplo de coragem e sacrifício, e é nossa responsabilidade manter viva essa chama para que Moçambique continue a ser um santuário de paz e progresso.”