A Fundação de Caridade Tzu Chi Moçambique anunciou que, a partir de 2026, irá fornecer sementes agrícolas a 2.700 famílias afectadas pelos ciclones Gombe, em 2022, e Jude, em 2025, na província de Nampula, situada na zona norte do país.
Os beneficiários receberão sementes de gergelim, milho e feijão, bem como formações técnicas conduzidas por agricultores locais. Esta iniciativa visa assegurar a sustentabilidade das produções agrícolas e minimizar a dependência de assistências externas.
Dino Foi, presidente da Tzu Chi Moçambique, destacou a importância desta ação, afirmando: “Quando os ciclones atingiram esta província, a fundação mobilizou apoios imediatos, sobretudo em alimentos e utensílios básicos. Agora, dando continuidade à assistência, a nossa ambição é garantir que estas famílias disponham de meios de subsistência, evitando o problema da dependência.”
Nos últimos três anos, a fundação apoiou mais de 14 mil famílias em Nampula, mobilizando alimentos, capacitações e outros bens essenciais. A resposta inicial teve lugar em 2022, após a passagem do ciclone Gombe, que causou 63 mortes e destruiu 95.500 casas, além de danificar 69 unidades hospitalares, 129 estradas e 2.748 postes de energia. Nessa oportunidade, a Tzu Chi assistiu 7.272 famílias com alimentos, produtos de higiene e bens básicos.
Outra catástrofe ocorreu em Março de 2025, quando o ciclone Jude exacerbou os danos na região, afectando mais de 380 mil pessoas e provocando 43 mortes, 41 das quais em Nampula. Em resposta, a fundação proporcionou novos apoios a 7.013 famílias, oferecendo kits de higiene e alimentos, especialmente na Ilha de Moçambique, uma das áreas mais devastadas.
Estabelecida em Moçambique em 2012, a Tzu Chi conta actualmente com mais de 10 mil voluntários no país, tendo aumentado a sua actividade após o ciclone Idai, em 2019. Na província de Sofala, a fundação investe 108 milhões de dólares na construção de 3.000 casas e 23 escolas. Até agora, foram entregues 1.611 habitações e dez escolas, incluindo a maior escola primária do país, na Beira, avaliada em 3,9 milhões de dólares, e a Escola Secundária de Mafambisse, a maior do país, orçada em 13 milhões de dólares.
Dino Foi enfatizou: “Queremos que as comunidades tenham não só casas e escolas, mas também meios de vida sustentáveis.” Com este novo programa em Nampula, a Tzu Chi reforça a sua posição como um dos principais parceiros sociais no apoio às populações vulneráveis de Moçambique.