Sociedade Inhambane capacita mototaxistas para prevenir tragédias no trânsito

Inhambane capacita mototaxistas para prevenir tragédias no trânsito

Um grupo de mais de 30 jovens motociclistas, que se dedicam ao transporte de passageiros na cidade de Inhambane, está a participar numa formação focada na segurança rodoviária, regras de trânsito e boas práticas na condução de motorizadas.

Esta iniciativa surge num contexto em que o transporte motorizado tem sido associado a um aumento significativo de acidentes, com alguns a resultarem em tragédias.

O programa de capacitação foi lançado esta semana pelo município de Inhambane, em parceria com a Polícia de Trânsito e outras instituições ligadas à mobilidade urbana. O principal propósito é reduzir a sinistralidade rodoviária e organizar uma actividade que, embora crescente, enfrenta desafios significativos em relação à informalidade.

Dados oficiais indicam que cerca de 62 mototaxistas exercem a sua actividade de maneira ilegal, muitos sem licenciamento e sem formação sobre as normas básicas do trânsito. Os organizadores abriram a oportunidade de formação a todos, contudo, quase metade dos mototaxistas não compareceu, evidenciando a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa e de campanhas de sensibilização.

O vereador dos Transportes em Inhambane, Novais Abubacar, sublinhou que a formação vai além da mera teoria, abordando também a responsabilidade social que cada mototaxista tem ao transportar passageiros. “É nosso intuito corrigir erros que, por descuido, resultam em tragédias. Muitos destes jovens iniciaram esta actividade sem qualquer preparação. Cada passageiro que transportam é uma vida, e um pequeno descuido pode transformar uma viagem curta numa grande catástrofe. Esta formação visa mudar mentalidades e fornecer as ferramentas necessárias para poderem trabalhar de forma mais segura”, declarou.

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A preocupação das autoridades é justificada, uma vez que, nas últimas semanas, Inhambane registou pelo menos três mortes decorrentes de acidentes envolvendo mototaxistas. Em resposta a esta situação, a Polícia apreendeu mais de 40 motorizadas que circulavam ilegalmente, sem matrícula, seguro e conduzidas por jovens sem habilitação para exercer a actividade.

Os acidentes não apenas causam perdas de vidas, mas também aumentam a pressão sobre os já sobrecarregados serviços de saúde locais. Muitos dos feridos enfrentam incapacidades permanentes, afectando não só a sua subsistência, mas também a das famílias que deles dependem.

No contexto actual, o transporte de passageiros por motorizada tem-se consolidado como uma alternativa de mobilidade, especialmente em áreas urbanas onde o transporte público é escasso. Para muitos jovens, esta atividade representa a única forma de rendimento em um cenário de elevado desemprego. Contudo, esta oportunidade económica também trouxe desafios que precisam ser abordados com urgência.