Um total de seis mil habitações ficou sem electricidade após a vandalização de dois postes de média tensão, perpetrada por caçadores furtivos nas províncias de Sofala e Manica, no centro de Moçambique, conforme informou uma fonte oficial.
Albano Muiambo, administrador do distrito de Macossa, uma das áreas afectadas, referiu: “Estamos nesta zona maravilhosa das coutadas. Não resta mais dúvida de que são caçadores furtivos que estão atrás desses cabos.”
A vandalização não se limitou apenas ao distrito de Macossa, tendo também impactado os residentes de Marínguè, em Sofala. Muiambo lamentou as consequências deste ato, afirmando: “Isso acaba afectando muitas pessoas. Nós queremos, uma vez mais, desencorajar o comportamento dessas pessoas para não voltarem a vandalizar a nossa linha que alimenta os distritos.” O administrador qualificou o ato de vandalismo como “condenável”, uma vez que prejudica as comunidades locais.
A estatal Electricidade de Moçambique (EDM) reportou prejuízos acumulados de 3,9 milhões de euros nos últimos quatro anos, resultantes de vandalizações e roubo de material eléctrico.
Salmata Insa, chefe do departamento de prevenção e combate à vandalização na EDM, afirmou: “Nos últimos quatro anos, já tivemos um prejuízo estimado em aproximadamente 300 milhões de meticais [3,9 milhões de euros], o que significa que este valor poderia contribuir significativamente para os projectos de melhoramento de fornecimento de serviços, assim como para a expansão da rede eléctrica.”
O país tem alertado para o crescimento de uma rede criminosa organizada e transnacional dedicada ao roubo de material eléctrico, pedindo uma colaboração dos países da região austral de África. Nações como África do Sul, Malaui, Tanzânia e Essuatíni já implementaram medidas, incluindo a proibição da exportação de sucata de cobre e a criminalização da vandalização das infraestruturas eléctricas.
Em 2023, a EDM sofreu prejuízos acumulados de cerca de 30 milhões de meticais (426 mil euros) devido à vandalização de infraestruturas eléctricas no país. No ano anterior, o prejuízo foi de cerca de 41 milhões de meticais (584 mil euros), resultado de 265 casos de vandalismo registados.
Atualmente, mais de 60% da população de Moçambique tem acesso a electricidade em casa, segundo dados do Governo moçambicano.