Os tumultos que assolaram a província de Luanda nos últimos dois dias, em resposta a uma greve dos taxistas contra o aumento do preço dos combustíveis, culminaram em um balanço trágico.
O ministro do Interior, Manuel Homem, anunciou que 22 pessoas perderam a vida, além de 197 feridos e 1.214 detenções.
As informações foram divulgadas após uma reunião do Conselho de Ministros, onde se fez um ponto de situação sobre os acontecimentos. Os actos de vandalismo e violência ocorreram em decorrência da paralisação de três dias dos serviços de táxi, convocada por várias associações e cooperativas do sector, em protesto contra os altos preços dos combustíveis e o aumento das tarifas de transporte público.
A Frente Patriótica Unida (FPU), que engloba a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) e o Bloco Democrático, expressou o seu profundo lamento pelas vítimas civis e por um oficial da Polícia Nacional. Em um comunicado divulgado na quarta-feira (30), a FPU apelou à população, em especial aos jovens, para que não se deixem instrumentalizar nem se envolvam em práticas que possam comprometer o futuro do país.
A frente política instou ainda o governo angolano a abandonar a sua postura actual, caracterizada por uma abordagem “arrogante e repressiva”, e a optar por um diálogo construtivo e pela concertação social.