Moçambique continua a ser o maior parceiro comercial da África do Sul na Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e no continente, registando um volume de comércio anual superior a dois mil milhões de dólares.
Em declarações à AIM, Puleng Chaba, encarregada de negócios da África do Sul em Moçambique, revelou que os dados demonstram que a troca comercial entre os dois países é impulsionada pela proximidade geográfica, laços históricos e interesses económicos mútuos, consolidando uma parceria dinâmica e estratégica.
As exportações moçambicanas para a África do Sul incluem alumínio proveniente da fábrica de alumínio Mozal, que representa 40% do total das exportações.
Além disso, são exportadas electricidade da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), a empresa pública que opera a barragem de Cahora Bassa, situada no rio Zambeze, na província de Tete. Produtos agrícolas, como algodão, açúcar e tabaco, bem como minerais, como titânio e pedras preciosas, também fazem parte das exportações.
Por outro lado, as principais importações de Moçambique da África do Sul incluem veículos e equipamentos de transporte, que representam 20% do total, alimentos processados, equipamentos eléctricos, maquinaria agrícola e de construção, além de produtos químicos e fármacos genéricos.
Chaba afirmou que diariamente entre 1.700 e 2.000 camiões atravessam a fronteira com Moçambique, transportando diversos produtos, desde alumínio e cromo até produtos agrícolas. “Fornecemos muitas matérias-primas para a economia moçambicana, algumas das quais são depois transportadas para outros destinos”, explicou.
O diplomata sublinhou que a África do Sul é o maior parceiro comercial de Moçambique na região, enquanto Moçambique se destaca como um dos principais destinos africanos para o comércio sul-africano. A nível global, o volume de comércio coloca a África do Sul apenas atrás da China e da Índia, que movimentam, respectivamente, mais de cinco e quatro mil milhões de dólares em comércio bilateral com Moçambique.
“Estamos apenas atrás da China e da Índia em termos de comércio bilateral com Moçambique. Neste momento, o foco está na diversificação de investimentos, atraindo investimento directo estrangeiro e criando ligações fortes entre empresas nacionais e estrangeiras”, disse.
No contexto da 60.ª edição da Feira Internacional de Maputo (FACIM 2025), que terá lugar de 25 a 31 de Agosto, Chaba revelou que mais de 300 empresas sul-africanas operam actualmente em Moçambique, em sectores como energia, agricultura, comércio e serviços financeiros. “Estamos a demonstrar inovações na manufactura, finanças e tecnologias verdes. Não estamos apenas em Moçambique para fazer negócios, mas para construir relações que melhorem a vida das comunidades e promovam um crescimento inclusivo”, concluiu.