A exportação de energia eléctrica por Moçambique sofreu uma queda significativa de 34% até Março deste ano, totalizando 104,3 milhões de dólares (88,8 milhões de euros).
Esta redução é atribuída à escassez de água na bacia do Zambeze, conforme revelam dados oficiais.
Segundo um relatório do Banco de Moçambique, que compila informações estatísticas sobre as exportações no primeiro trimestre, a receita deste sector comparou-se com os 158,6 milhões de dólares (135 milhões de euros) registados no mesmo período de 2024. O documento indica que a interrupção na oferta de energia, resultante da falta de água no rio Zambeze e dos trabalhos de manutenção na Hidroeléctrica de Cahora Bassa, foi o principal factor para esta diminuição. A HCB, que é uma das maiores barragens de África, é responsável por cerca de 80% da produção eléctrica nacional.
Além disso, a produção de electricidade em Moçambique deverá registar uma queda de 1,3% em 2025 devido a manutenções programadas na HCB. Esta barragem representa aproximadamente 78,7% da estrutura de produção e exportação de electricidade no país.
Este ano, Moçambique deverá produzir 19.197,8 GWh de energia eléctrica, com 15.504,4 GWh provenientes da HCB, o que representa uma redução de 4,1% face a 2024, configurando-se como o valor mais baixo em quatro anos. A produção de electricidade a partir de fontes hídricas, incluindo a HCB, deverá recuar 4,1%, enquanto a produção por centrais térmicas deverá aumentar 17,6%, com destaque para a central CTRG, que utiliza gás natural e deverá garantir 1.196,3 GWh em 2025, um aumento de 7,4% em relação ao ano anterior.
O relatório ainda aponta que a produção nos parques solares de Moçambique deverá registar uma diminuição de 5,8%, prevendo-se um total de 95,5 GWh para este ano.
A HCB é uma sociedade anónima de direito privado, com 85% das suas acções detidas pela estatal Companhia Eléctrica do Zambeze e 7,5% pela portuguesa Redes Energéticas Nacionais (REN). A albufeira da HCB é a quarta maior de África, com uma extensão máxima de 270 quilómetros e uma profundidade média de 26 metros, empregando cerca de 800 trabalhadores e sendo uma das principais produtoras de electricidade na região.