Destaque Kenmare reabre minas em Moma após acordo com governo moçambicano

Kenmare reabre minas em Moma após acordo com governo moçambicano

A mineradora irlandesa Kenmare anunciou a retoma das operações nas suas minas de areias pesadas localizadas em Moma, na província de Nampula. Esta reactivação surge após a firmação de um acordo com o governo de Moçambique.

Enquanto falava em Maputo, após a 28ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, o porta-voz do órgão, Inocêncio Impissa, afirmou que o entendimento alcançado é benéfico tanto para os trabalhadores como para a empresa. Impissa expressou confiança na resolução do diferendo, afirmando que as partes envolvidas chegam a um consenso que supera os anteriores desafios.

Embora tenha enfatizado a conclusão das negociações, o porta-voz não revelou a data da assinatura do acordo nem os detalhes específicos do mesmo. Contudo, deixou claro que a Kenmare já deverá estar a operar conforme a nova compreensão estabelecida.

Até Junho deste ano, a mineradora enfrentava dificuldades na renovação da concessão do projecto Moma, devido a questões relacionadas com responsabilidade social. Manifestações violentas por parte das comunidades locais marcaram esta fase, com ameaças de incêndio às instalações da empresa.

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O contrato da Kenmare expirará em Dezembro de 2024, após 25 anos de operações na região. Impissa sublinhou que a paralisação das actividades tinha o intuito de avaliar como os benefícios da exploração poderiam ser melhor repartidos entre os moçambicanos. O que a empresa desembolsou nos últimos anos foi considerado muito aquém do esperado.

O porta-voz esclareceu que foi encontrado um equilíbrio que garante que tanto os interesses dos moçambicanos sejam respeitados, como os direitos da Kenmare enquanto operadora da mina.

Em 2022, a empresa havia apresentado o pedido de renovação da concessão. A Kenmare também se comprometeu a reassentar cerca de três mil famílias em Moma, além de implementar programas de desenvolvimento nas áreas de saúde e educação.

Em 2024, episódios de invasão às instalações da empresa ocorreram, com manifestantes a exigirem a responsabilização pelo incumprimento de promessas referentes a projectos sociais.