Succès Masra, antigo primeiro-ministro e líder do principal partido da oposição no Chade, foi condenado a vinte anos de prisão efectiva pelo Tribunal de primeira instância de N’Djamena.
A decisão surge no contexto de acusações graves que envolvem a difusão de mensagens de ódio e xenófobas, além de cumplicidade em homicídio.
As acusações relacionam-se com uma tragédia ocorrida em Mandakao, uma localidade situada a sudoeste do Chade, onde 42 pessoas, na sua maioria mulheres e crianças, perderam a vida, conforme relatado pela Justiça chadiana. Durante o processo, o procurador-geral tinha solicitado uma pena de 25 anos de prisão para Masra, considerando os crimes de incitamento ao ódio e cumplicidade em homicídios.
Além da pena de prisão, Succès Masra foi também condenado a pagar uma multa de 1,5 milhões de euros. O ex-primeiro-ministro é originário do sul do país e pertence à etnia ngambaye. É amplamente popular entre as comunidades do sul, que incluem muitas pessoas cristãs e animistas, frequentemente vistas como marginalizadas pelo regime de N’Djamena, predominantemente muçulmano.