O presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Akinwumi Adesina, anunciou que as previsões para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique indicam uma aceleração de 2,5% em 2025 para 3,6% em 2026.
Este aumento é atribuído em grande parte à recuperação das actividades no sector extractivo.
Durante a abertura da Assembleia-Geral dos Accionistas do Africa50, realizada em Maputo, Adesina enfatizou que as estimativas estão ligadas às iniciativas do Governo moçambicano na estabilização do país, realçando que a paz e a estabilidade são essenciais para o desenvolvimento económico.
O BAD, que nos últimos dez anos investiu aproximadamente 1,6 bilhões de dólares em Moçambique, representa 41% do total de investimentos realizados na nação nos últimos 48 anos. O presidente da instituição destacou as conquistas no sector energético, que viu o acesso à electricidade aumentar de 30% em 2018 para 60% em 2024.
No âmbito do programa “Energia para Todos”, o banco destinou mais de 36 milhões de dólares para apoiar comunidades deslocadas e refugiados, particularmente em Cabo Delgado. Este esforço já beneficiou cerca de 45 mil famílias em províncias como Zambézia e Nampula, que apresentam níveis baixos de electrificação.
Além do sector energético, o BAD colabora com Moçambique no desenvolvimento dos corredores de Nacala e da Beira, contribuindo para a melhoria do fluxo logístico e comercial nas regiões afectadas.
O Africa50, uma organização pan-africana criada em 2013 pelos Governos do continente, visa promover o desenvolvimento e o investimento em infraestruturas. Com sede em Marrocos, a entidade concentra-se em projectos de média a grande escala.
Actualmente, o Africa50 conta com 36 accionistas, incluindo 32 países africanos. Moçambique tornou-se accionista a 9 de Fevereiro de 2024, adquirindo plenos direitos. Durante a assembleia, foram assinados memorandos para desenvolver infraestruturas em África, destacando a Aliança Para Construção de Infraestruturas Verdes.