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Mozambique assegura abastecimento de energia à Mozal após término de contrato com a Eskom

O governo moçambicano assegurou que a fábrica de alumínio Mozal, localizada nos arredores de Maputo, manterá as suas operações, mesmo após o término do contrato de fornecimento de energia com a empresa sul-africana Eskom em 2026.

Em uma conferência de imprensa realizada na cidade de Beira, o porta-voz do governo e Ministro da Administração Estatal, Inocêncio Impissa, afirmou que a empresa pública de electricidade, Electricidade de Moçambique (EDM), está interessada em iniciar o fornecimento de energia à Mozal. “É do nosso interesse que a Mozal continue a ter energia suficiente. É também do interesse do governo que a EDM se torne a fornecedora”, declarou Impissa.

Actualmente, a Mozal adquire a sua energia da Eskom, embora, na realidade, a electricidade seja proveniente de Moçambique. A Eskom compra 1.150 megawatts (MW) da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), que opera a barragem de Cahora Bassa no rio Zambeze, e revende 950 MW à Mozal. De momento, não existe uma linha de transmissão de electricidade do Vale do Zambeze a Maputo, pelo que a energia da HCB deve chegar à Mozal através da Eskom.

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Para as suas operações actuais, a Mozal necessita de 950 MW para produzir mais de 560.000 toneladas de alumínio por ano. Perspectivas para o futuro incluem um aumento na produção para 600.000 toneladas anuais, impulsionado por vários investimentos.

Impissa também revelou que o governo e a Mozal já estão em negociações para que a EDM comece a fornecer electricidade. A maior parte desta energia deverá vir, sem dúvida, da barragem de Cahora Bassa, a principal fonte de energia em Moçambique. “Estes são termos que ainda devem ser debatidos, mas a Mozal não ficará sem energia. A empresa emprega milhares de moçambicanos e contribui significamente para o orçamento do Estado. A electricidade será fornecida continuamente”, acrescentou o ministro.

Informações recebidas pelo AIM indicam que, até à data, a Mozal não conseguiu chegar a um acordo sobre uma tarifa de electricidade acessível com a HCB, em consequência da seca que afecta a geração de electricidade na região da África Austral.