Um total de 148.000 pessoas em Moçambique encontra-se em situação de emergência e carece de assistência humanitária urgente, conforme anunciou o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.
Judite Mussácula, secretária executiva da Secretária Técnica de Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN), revelou durante a sexta sessão regular do Conselho, realizada na capital, que os afectados residem em 66 distritos analisados pela instituição. “A pesquisa indica que, de cerca de dois milhões de pessoas nas regiões avaliadas, 144.000 estão em situação de emergência e necessitam de apoio”, afirmou.
Além disso, Mussácula mencionou que, nestas áreas, 24.400 agregados familiares foram abrangidos pelo estudo. A responsável sublinhou que 114.000 crianças, com idades entre os 6 e os 59 meses, foram identificadas como agudamente desnutridas nos últimos dois meses, necessitando de cuidados de saúde. “Estamos a trabalhar para melhorar os indicadores de desnutrição infantil”, acrescentou.
A secretária recordou que, em Junho passado, o governo lançou uma nova estratégia de segurança alimentar com o objectivo de reduzir a desnutrição crónica infantil, problema que tem sido agravado pelas mudanças climáticas nos últimos anos.
O Ministro da Agricultura, Roberto Albino, salientou que, nos últimos dez anos, a taxa de desnutrição crónica entre crianças com menos de cinco anos diminuiu de 43% em 2013 para os actuais 37%, índice considerado elevado em comparação com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). “As estratégias do governo estão centradas na promoção de uma agricultura saudável e nutritiva numa escala que possa resolver o problema alimentar do país”, afirmou o ministro.