Internacional Leis de cibersegurança na Zâmbia ameaçam direitos digitais

Leis de cibersegurança na Zâmbia ameaçam direitos digitais

As recentes legislações sobre cibersegurança na Zâmbia têm suscitado um amplo debate no país, dado o seu potencial impacto sobre a liberdade de expressão. 

O Governo, liderado pelo Presidente Hakainde Hichilema, promulgou as Leis de Cibersegurança e Cibercrime de 2025 há quase três meses, com a alegação de que estas medidas visam fortalecer o combate a crimes digitais e garantir a segurança nacional.

Os apoiantes da nova legislação consideram-na uma iniciativa progressista, capaz de melhorar a vigilância e a protecção contra ameaças cibernéticas. No entanto, as vozes críticas, incluindo diversas organizações de defesa dos direitos humanos, argumentam que tais leis podem ser vistas como antidemocráticas.

Para estes críticos, o carácter abrangente das normas, em especial a Lei de Cibercrime, levanta sérias preocupações sobre a liberdade de expressão e o direito à privacidade.

As novas leis permitem a intercepção e vigilância de todas as comunicações electrónicas, abrangendo chamadas, e-mails e mensagens, assim como conteúdos transmitidos em directo.

Além disso, a Agência de Cibersegurança da Zâmbia, que anteriormente funcionava como uma entidade independente, foi colocada sob a alçada do gabinete presidencial, o que levanta questões sobre a sua imparcialidade e supervisão.

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As consequências para quem violar estas legislações podem ser severas, incluindo a possibilidade de extradição de cidadãos zambianos no exterior e sanções que variam desde multas elevadas até penas de prisão que podem ir de dois a 25 anos, dependendo da gravidade da infracção.