Internacional Fake news sobre esposa de Macron leva caso à justiça

Fake news sobre esposa de Macron leva caso à justiça

A primeira-dama francesa, Brigitte Macron, recorreu ao Tribunal de Apelações de Paris após duas mulheres, acusadas de difamação, terem sido absolvidas por disseminarem uma fake news afirmando que ela seria uma mulher trans. 

O advogado de Brigitte, Jean Ennochi, confirmou a acção judicial na segunda-feira (14).

A origem da controvérsia remonta a um vídeo publicado no YouTube, onde Natacha Rey, uma suposta jornalista independente, e Amandine Roy, uma médium, alegam que a esposa do presidente Emmanuel Macron não é a mãe de seus três filhos e insinuações sobre cirurgias plásticas realizadas por Brigitte. As duas mulheres foram responsáveis por propagar a ideia de que a primeira-dama seria, na verdade, um homem que passou por uma transição de género.

Os rumores tornaram-se virais, alcançando não apenas a França, mas também outros países, incluindo os Estados Unidos, com o vídeo a acumular mais de 60 mil compartilhamentos. O escândalo ganhou ainda mais notoriedade quando uma série americana abordou a mesma temática, levando Emmanuel Macron a desmentir publicamente as alegações.

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Em Setembro de 2022, Natacha e Amandine foram consideradas culpadas em primeira instância, sendo condenadas a uma multa de 500 euros, além de 8.000 euros em danos a Brigitte e 5.000 euros a seu irmão, Jean-Michel Trogneux. Contudo, na última quinta-feira (10), ambas foram absolvidas de 18 artigos que faziam parte da acção judicial movida pela primeira-dama e pelo seu irmão.

Desde a eleição de Emmanuel Macron em 2017, boatos e teorias da conspiração acerca da identidade de Brigitte têm surgido periodicamente nas redes sociais. Entre as alegações infundadas, destaca-se a afirmação de que Brigitte Trogneux, nascida em 1953, nunca teria existido, sendo supostamente um homem que alterou a sua identidade.

O fenómeno das fake news transfóbicas não é exclusivo da França, tendo já afectado várias figuras políticas femininas pelo mundo, incluindo a ex-primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, a ex-vice-presidente Kamala Harris e a ex-primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern.