A multinacional italiana Eni, operadora da Plataforma Flutuante de Gás Natural Liquefeito (FLNG) Coral Sul, na bacia do Rovuma, distrito de Palma, província de Cabo Delgado, revelou planos para expandir a sua actuação na agricultura industrial.
Este projecto prevê a utilização de uma área de aproximadamente 150 mil hectares, com uma produção estimada de 130 mil toneladas por ano, criando a possibilidade de gerar mais de 120 mil empregos.
A informação foi partilhada pelo director executivo da Eni, Claudio Descalzi, durante uma conferência de imprensa após uma audiência com o Presidente da República, Daniel Chapo. Descalzi destacou que, além da exploração de gás, a empresa pretende focar na produção de óleo vegetal, reafirmando o compromisso da Eni com o desenvolvimento agrícola em Moçambique.
“Normalmente, trabalhamos com 150 mil hectares e produzimos em torno de 130 mil toneladas por ano. Se expandirmos para 300 mil hectares, poderemos gerar aproximadamente 300 mil empregos. É uma revolução”, afirmou Descalzi.
O executivo garantiu que a cadeia de produção de óleos destinados à biorefinação e biocarburantes não irá competir com a cadeia alimentar. A Eni já está a implementar projectos semelhantes em mais de nove países, incluindo seis na África, como a Costa do Marfim, Angola e Argélia.
Descalzi sublinhou ainda que o investimento nesta nova área poderá resultar na criação de mil a duas mil empresas, destacando o impacto positivo na geração de postos de trabalho, particularmente no sector agrário, que poderá beneficiar mais de 100 mil pessoas.
O director executivo da Eni frisou a importância de unir os sectores do gás e da agricultura, afirmando que ambos são essenciais para o impulso do desenvolvimento económico de Moçambique. O encontro com o Presidente Chapo mostrou a determinação do Governo em promover a criação de emprego para os moçambicanos.
Além da agricultura, Descalzi expressou satisfação pela aprovação recente do Plano de Desenvolvimento do Coral Norte, que se tornará realidade com a produção de Gás Natural Liquefeito (GNL) avaliada em 3,5 milhões de toneladas por ano. Este projecto, de 7,2 biliões de dólares, deverá iniciar a produção no segundo trimestre de 2028 e operar durante um período de 30 anos.