A Ministra da Educação e Cultura, Samaria Tovela, defendeu em Maputo, a expansão dos Centros de Excelência como uma estratégia crucial para o desenvolvimento sustentável em Moçambique e no continente africano.
Na sua intervenção, a ministra destacou que a eficácia dos Centros de Excelência deve estar cada vez mais alinhada aos desafios que a sociedade africana enfrenta. “A implementação das acções dos centros deve contribuir para garantir a segurança alimentar e nutricional, a resiliência climática e o desenvolvimento sustentável do continente africano,” afirmou Tovela.
A declaração foi feita durante a abertura da 19.ª Reunião Técnica de Aconselhamento dos Centros Africanos de Excelência (TAM) e da 25.ª Reunião do Comité Directivo Regional (RSC) do Projecto dos Centros de Excelência de África (ACE II), que decorre na capital do país.
A ministra sublinhou que os Centros de Excelência podem desempenhar um papel vital na criação de empregos para os jovens, bem como na industrialização e transformação digital necessárias na região. Actualmente, estão activos 29 Centros de Excelência no continente, abrangendo áreas estratégicas como educação, agricultura, saúde, energia, engenharia, tecnologias de informação e ciências ambientais, todos comprometidos com a excelência académica e com impacto regional.
Tovela lembrou que Moçambique integrou o projecto em 2016, através do financiamento da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), que é a mais antiga e maior instituição de ensino superior do país. Desta parceria, surgiram dois centros: o Centro de Excelência em Estudos de Engenharia e Petróleo e Gás e o Centro de Excelência em Sistemas Agro-alimentares e Nutrição.
A governante frisou a importância destes centros, que respondem a sectores estratégicos para o crescimento e desenvolvimento de Moçambique. O Centro Regional de Excelência em Sistemas Agro-alimentares e Nutrição da UEM, por exemplo, visa contribuir para a transformação dos sistemas agro-alimentares em África, através da qualificação de recursos humanos e da produção de pesquisas de alta qualidade.
O Projecto dos Centros de Excelência de África II, criado em 2015 pelo Banco Mundial, envolve a colaboração de oito países da África Oriental e Austral e é coordenado pelo Inter University Council for East Africa (IUCEA).
Tovela realçou que a sustentabilidade dos Centros representa um dos maiores desafios actuais, mas também uma oportunidade significativa. “O nosso dever colectivo é assegurar que o investimento realizado não seja efémero, mas sirva de alicerce para uma transformação duradoura no ensino superior africano,” afirmou.
Em apoio à ministra, o reitor da Universidade Eduardo Mondlane, Guilherme Júnior, reiterou a relevância dos centros face aos desafios nacionais e continentais, destacando que estes precisam afirmar-se como espaços de inovação e formação avançada, especialmente num contexto em que a gestão dos recursos naturais e as mudanças climáticas assumem um papel central.