O governo de Moçambique está a analisar a possibilidade de estabelecer um acordo de comércio livre com os Estados Unidos da América no intuito de negociar a redução das tarifas impostas recentemente.
O porta-voz do governo, Inocêncio Impissa, ressaltou que uma das estratégias a considerar é a renovação da Lei de Crescimento e Oportunidades para África (AGOA). Esta legislação beneficia Moçambique e outros países da África Subsaariana ao permitir o acesso isento de impostos ao vasto mercado norte-americano para uma ampla gama de produtos.
Em conferência de imprensa, realizada em Maputo após a 20ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, Impissa destacou que a renovação da AGOA cria espaços favoráveis para a negociação de um acordo de comércio livre, que visa reduzir as tarifas. O Presidente dos EUA, Donald Trump, implementou uma proposta de tarifa geral de 16% sobre todas as importações de Moçambique, sendo uma tarifa padrão que pode variar consoante a posição geopolítica.
Segundo o porta-voz, o governo moçambicano irá continuar a promover junto da administração norte-americana a necessidade de rever esta taxa. Impissa afirmou que o país fará esforços para criar um ambiente de diálogo construtivo com os EUA, visando fortalecer as relações comerciais entre as duas nações.
Na ausência de uma remoção da tarifa, Impissa sublinhou que Moçambique poderá explorar outras oportunidades de mercado. O porta-voz referiu que a moratória de 90 dias para a implementação da nova tarifa está a ser utilizada como uma janela para negociar um modelo mais vantajoso para o país.
As tarifas aduaneiras impostas pelo governo Trump a outros membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) variam significativamente. Por exemplo, Madagáscar enfrenta uma tarifa de 47%, Maurícias 40%, e Botswana 37%. Outros países da SADC, como a Tanzânia e Eswatini, estão sujeitos à tarifa base de 10%. Curiosamente, as Seychelles, apesar de serem parte da SADC, não estão incluídas na lista de países afectados por estas tarifas.