Um grupo de aproximadamente 300 minadores ilegais atacouestabelecimentos comerciais e habitações de comerciantes estrangeiros na sede do posto administrativo de Luluti, localizado no distrito de Mogovolas, na província de Nampula, ao norte de Moçambique.
A agressão foi desencadeada em resposta à proibição imposta pelas autoridades, que ordenaram aos minadores que não invadissem uma mina legalmente ocupada por um cidadão estrangeiro. Emanuel Impissa, administrador de Mogovolas, referiu em declarações à publicação independente “Carta de Moçambique” que a ação dos minadores ocorreu após uma operação das Forças de Defesa e Segurança (FDS) que visava impedir a exploração da referida mina, situada a cerca de nove quilómetros da sede do posto administrativo de Luluti.
Durante os actos de vandalismo, alguns indivíduos sofreram ferimentos ligeiros. Moçambique tem sido cenário de episódios de violência, incluindo manifestações em massa que degeneraram em confrontos, especialmente após os resultados das eleições gerais realizadas em Outubro passado.
A localidade de Mogovolas também tem sido marcada por tensões entre os residentes e as autoridades, especialmente após rumores que vincularam a disseminação da cólera a estes últimos, o que resultou na morte de líderes comunitários e na destruição de residências.
Os tumultos levaram ao encerramento de uma unidade de saúde, com profissionais de saúde a serem atacados devido a alegações infundadas de que estes estariam a propagar a cólera. Como consequência, a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) abandonou a área.