Economia Moçambique prepara-se para liderar a produção de energia em África até 2040

Moçambique prepara-se para liderar a produção de energia em África até 2040

Estudos recentes, incluindo o relatório “África Energy Outlook 2024, Mozambique Special Report”, apontam para a possibilidade de Moçambique ser responsável por cerca de 20% da produção de energia no continente africano até ao final do ano de 2040.

O Presidente da República, Daniel Chapo, fez esta revelação durante uma conferência internacional dedicada ao 50.º aniversário da Hidroeléctrica de Cahora Bassa, que decorre sob o lema “Ontem, Hoje e o Futuro: Uma Empresa Estratégica e Estruturante de Moçambique e da Região”.

Segundo o Chefe de Estado, as projecções indicam que Moçambique poderá alcançar uma capacidade de geração de 187 Gigawatts (GW) de energia até 2040, proveniente de múltiplas fontes. “Estamos neste momento a construir uma central eléctrica em Temane, na província de Inhambane, com uma capacidade de 450 MW, alimentada a gás. Trata-se da maior central a ser erguida desde a independência”, afirmou Daniel Chapo.

O líder moçambicano enfatizou que a Hidroeléctrica de Cahora Bassa tem produzido, desde a independência nacional, um total de 2.075 MW. Por conseguinte, considera essencial a implementação de um plano de investimento que visa a reabilitação e modernização dos principais equipamentos da cadeia de produção e transporte de energia, com o intuito de aumentar a fiabilidade e a disponibilidade do sistema.

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Este plano de investimento pretende também preparar o país para futuras iniciativas que incrementem a capacidade energética, na senda de transformar Moçambique num hub energético na região. Daniel Chapo sublinhou que a produção de energia eléctrica se destina a atender às metas de industrialização e à criação de empregos, particularmente entre os jovens, que constituem uma das prioridades do governo.

O executivo está actualmente em fase avançada de consultas comunitárias para a construção da hidroeléctrica de Mpanda Nkua, um projecto que adicionará 1.500 megawatts à matriz energética do país e da região. Este empreendimento não inclui as barragens de Borroma, Lupata, Chemba e outras sobre o rio Zambeze, que concentram cerca de 80% da capacidade hidroeléctrica nacional, tendo um impacto estruturante na economia de Moçambique.

“Contamos com iniciativas que englobam a central norte de Cahora Bassa, centrais térmicas, eólicas e fotovoltaicas em várias partes do país, aproveitando a disponibilidade de recursos naturais e os níveis solares favouráveis em algumas províncias”, concluiu Daniel Chapo.

O evento contou com a presença de diversas individualidades da região, países da Comunidade de Língua Portuguesa, parceiros de cooperação, acionistas, entre outros.