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Chapo destaca expansão sustentável do sector energético como prioridade para o futuro de Moçambique

A geração de electricidade para satisfazer as necessidades da industrialização e da criação de emprego “está no topo das nossas preocupações enquanto governo”, afirmou o Presidente moçambicano, Daniel Chapo.

Na abertura de uma conferência internacional em Maputo, organizada pela Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) para celebrar o 50.º aniversário da fundação da empresa, Chapo destacou que o governo procura implementar acções sustentáveis que aumentem a capacidade de Moçambique para atender à crescente procura de energia nos mercados nacional e regional.

O Presidente acrescentou que as consultas comunitárias estão bastante avançadas antes da construção da barragem de Mphanda Nkuwa, situada no Zambeze, a 60 quilómetros a jusante da Cahora Bassa, que permitirá a geração de mais 1.500 megawatts de energia. Outras barragens estão previstas para a bacia do Zambeze, incluindo Boroma, Lupata e Chemba.

Chapo mencionou que a bacia do Zambeze concentra cerca de 80 por cento da capacidade hidrelétrica de Moçambique, tendo impactos significativos nas economias locais.

Entre as iniciativas em curso destacam-se uma segunda central eléctrica na Cahora Bassa e uma ampla expansão das energias solar e eólica.

“Estamos a assistir a uma expansão significativa em todo o sector energético, com um foco crescente em várias fontes renováveis, incluindo biomassa, hidrelétrica, solar e eólica”, sublinhou Chapo. “Esta diversificação energética é crucial para garantir a sustentabilidade e a resiliência do sector nos próximos anos, bem como para assegurar a existência contínua da electricidade necessária à industrialização”.

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O Presidente sublinhou que alguns estudos indicam que, em 2040, Moçambique deverá ser responsável por 20 por cento de toda a produção de energia em África. Nesse horizonte, o país poderia gerar 187 gigawatts a partir de várias fontes.

Além disso, até 2040, as energias solar e eólica poderão representar 20 por cento da energia consumida em Moçambique, “marcando um avanço significativo rumo a uma matriz energética mais limpa e sustentável”, conforme afirmou Chapo.

Ele projetou que, até 2030, a energia solar deverá estar a gerar 266 megawatts e a energia eólica, 40 megawatts. Para impulsionar o crescimento da capacidade solar, estão em curso projectos como a central solar Cuamba II, na província de Niassa, com capacidade para gerar 20 megawatts.

As centrais solares existentes em Mocuba, na Zambézia, e em Metoro, em Cabo Delgado, “têm um papel crucial na fornecimento de electricidade limpa e acessível para as comunidades locais destas províncias”, disse Chapo.

No entanto, reconheceu que ainda existe uma forte dependência dos combustíveis lenhosos (lenha e carvão) para consumo doméstico. Para atingir o seu potencial energético total, Chapo acrescentou que “Moçambique enfrentará desafios significativos, incluindo o desenvolvimento de infra-estruturas adequadas, a atracção de investimento estrangeiro e a garantia de acesso equitativo à energia para toda a população”.