A devolução dos restos mortais de Shiri Bibas, de origem argentina, e de seus filhos Kfir Bibas, de 10 meses, e Ariel Bibas, de 4 anos, sequestrados pelo Hamas em 7 de Setembro de 2023, voltou a suscitar controvérsia esta sexta-feira.
A polémica intensificou-se após a divulgação por parte de Israel de que o corpo entregue como sendo o de Shiri, na quinta-feira, dia 20, não corresponderia à identidade da refém.
Além disso, novas alegações indicam que Kfir e Ariel não teriam perecido em um ataque aéreo, como afirmado anteriormente pelo Hamas, mas sim que foram “assassinados a sangue frio”.
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), contra-almirante Daniel Hagari, denunciou que a organização terrorista não atacou os dois meninos, mas sim os matou intencionalmente. “Eles os mataram com as próprias mãos. Depois, cometeram actos horríveis para encobrir essas atrocidades”, afirmou, sem entrar em pormenores sobre os supostos encobrimentos. Essas alegações baseiam-se em análises forenses e em informações que sustentam tais conclusões.
Os corpos da família Bibas, composta por três membros, e do refém Oded Lifshitz foram entregues às equipas da Cruz Vermelha no cemitério municipal de Bani Suheila, onde o Hamas havia colocado quatro caixões pretos em um palco na cidade de Khan Younis.
Israel argumenta que o Hamas violou o acordo de cessar-fogo estabelecido entre os dois lados, que entrou em vigor a 19 de Janeiro, ao enviar o corpo de uma mulher anónima no lugar do de Shiri. “O Hamas mentiu e violou o acordo. O corpo que o Hamas falsamente afirmou ser o de Shiri não era dela nem de nenhum outro refém. Em vez disso, enviaram o corpo de uma mulher desconhecida de Gaza”, acrescentou Hagari.
Em resposta, o Hamas admitiu, através de um comunicado na sexta-feira, que houve um erro e que os restos mortais de Shiri podem ter sido misturados com outros durante a recuperação em escombros após um ataque aéreo israelense. Contudo, a organização não revelou se procederá com a devolução efectiva do corpo de Shiri.