O coronel Michael Randrianirina, líder do golpe militar em Madagáscar, declarou que irá assumir a presidência do país, seguindo uma decisão do Tribunal Constitucional e a fuga do presidente Andry Rajoelina.
Randrianirina, que anunciou a tomada de poder pelas forças armadas, referiu que a oficialização do cargo de Presidente deverá ocorrer nos próximos dias. Este desenvolvimento surge após semanas de protestos contra Rajoelina, que foram amplamente protagonizados por grupos de jovens insatisfeitos com a actual conjuntura económica e social.
Os protestos atingiram um clímax no passado sábado, quando Randrianirina e soldados da sua unidade de elite, o Corpo de Administração de Pessoal e Serviços do Exército Terrestre (CAPSAT), se revoltaram contra Rajoelina e se juntaram às manifestações que exigiam a sua demissão, levando o presidente a fugir.
Rajoelina, que ocupa a presidência desde 2018, alegou ter procurado abrigo em um local seguro devido a temores pela sua vida após a insurreição das forças militares, rejeitando, por sua vez, a legitimidade da tomada de poder, que classificou como um golpe ilegal promovido por uma facção rebelde.
Na tentativa de evitar a sua destituição, Rajoelina havia dissolvido a Assembleia Nacional na passada terça-feira, denunciando a votação que pedia o seu afastamento como sem “qualquer base legal”. Contudo, 130 dos 163 deputados presentes votaram a favor do seu destituir, ultrapassando a maioria de dois terços exigida.
Randrianirina assegurou ainda que a nova liderança militar designará rapidamente um primeiro-ministro encarregado de formar o governo, embora não tenha especificado um prazo para a implementação dessa medida.