Internacional Governo da RD do Congo acusa exército ruandês de invadir Bukavu

Governo da RD do Congo acusa exército ruandês de invadir Bukavu

O Governo da República Democrática do Congo (RDC) anunciou que está a monitorizar com atenção a situação na cidade de Bukavu, após a alegada entrada do exército ruandês e de seus aliados.

Este comunicado surge apesar da negação das autoridades ruandesas sobre a presença de suas tropas em território congolês.

O Governo congolês denunciou que, apesar dos apelos da comunidade internacional por um cessar-fogo, Ruanda “persiste no seu projecto de ocupação, pilhagem e prática de crimes e violações graves dos direitos humanos” na RDC. Em resposta a esses acontecimentos, as autoridades instaram a população de Bukavu a permanecer em casa e a evitar se expor, para garantir a sua segurança diante das forças que consideram de ocupação.

“Bukavu, Goma e todos os outros cantos ocupados do Kivu Norte e do Kivu Sul são o símbolo da nossa resistência. Permaneçamos todos de pé, vigilantes, resistentes e unidos perante esta provação, atrás das nossas forças armadas e do Presidente da República”, acrescentaram as autoridades em seu comunicado.

A situação no leste da RDC, marcada por um aumento da violência nas últimas semanas, foi alertada pela União Africana (UA), que expressou preocupação com a “balcanização” da região. A ofensiva do movimento M23, que conquistou diversos territórios, culminou no recente controle da capital estratégica Bukavu, na província de Kivu do Sul. O M23 é acusado de receber apoio de Ruanda, conforme relatórios da ONU e de países como os Estados Unidos, Alemanha e França.

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Desde a tomada de Bukavu, cerca de 2.500 prisioneiros conseguiram fugir da penitenciária local, conforme relataram autoridades e líderes da sociedade civil à agência de notícias EFE. Jean Pierre Mizinzi, presidente do bairro de Kadutu, lamentou o saque das grandes lojas e mercados na área, observando que a situação é grave e a população local participou dos saques, incendiando algumas lojas.

Embora a cidade esteja agora tranquila, Mizinzi referiu ainda que se ouvem “tiros esporádicos” na região. O M23 controla, agora, as capitais das províncias vizinhas de Kivu Norte e Kivu Sul, ricas em minerais como ouro e coltan, essenciais para a indústria tecnológica.