Nos últimos anos, o norte do Benim tem sido palco de um aumento alarmante de atentados, atribuídos pelas autoridades a membros de grupos extremistas como o Estado Islâmico (EI) e Al-Qaida, que operam a partir de países vizinhos.
A região fronteiriça com Burkina Faso permanece como o epicentro destes ataques, colocando em evidência a crescente instabilidade na área.
O mês de Janeiro de 2024 foi particularmente trágico, com a morte de pelo menos 28 soldados beninenses num ataque reivindicado pelo Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos (GSIM). Este incidente, que ocorreu na fronteira entre o Níger e Burkina Faso, é considerado um dos mais mortíferos contra as forças armadas do Benim nos últimos anos. Em Julho de 2023, a violência já havia causado a morte de cinco guardas florestais e sete soldados no mesmo parque nacional, evidenciando a escalada da insegurança.
Em resposta a esta situação crítica, o Ministério da Defesa do Benim anunciou a implementação de novas medidas de “apoio psicológico” para os soldados, ressaltando a importância da saúde mental no contexto das operações militares. O secretário-geral do ministério, Mathias Alizannon, afirmou que “a saúde mental dos nossos soldados não é um luxo, mas uma componente essencial da segurança nacional”.
Desde Janeiro de 2022, o Benim tem reforçado a sua presença militar na região, com o envio de cerca de 3.000 soldados para proteger as fronteiras, através da Operação Mirador. Além disso, mais 5.000 soldados foram recrutados para intensificar a segurança no norte do país.
Apesar do aumento das medidas de segurança, as autoridades beninenses têm sido reticentes em comunicar sobre os ataques, embora tenham relatado cerca de 20 incursões transfronteiriças desde 2021.
Segundo uma fonte diplomática citada pela agência noticiosa France-Presse (AFP), 121 soldados beninenses foram mortos entre 2021 e Dezembro de 2024, sublinhando a gravidade da situação e a urgência de uma resposta eficaz.