Cerca de mil professores filiados na Associação Nacional dos Professores (ANAPRO) decidiram não entrar nas salas de aula para vigiar os exames finais das 10.ª e 12.ª classes, que tiveram início esta segunda-feira.
A paralisação é resultado da insatisfação acumulada face ao não pagamento das horas extraordinárias, que se arrasta há cerca de três anos.
Osvaldo Rungo, secretário provincial da ANAPRO, afirmou à DW que os docentes se sentem desmotivados e sem “moral” para desempenhar as suas funções de fiscalização durante os exames, devido às promessas incumpridas por parte do Governo. “Os professores têm várias preocupações, mas a falta de pagamento das horas extras é a principal razão pela qual decidimos avançar com a greve”, explicou Rungo.
Marcelina Jossai, uma das professoras afectadas, revelou que o Estado ainda lhe deve o pagamento das horas extraordinárias referentes aos anos de 2023 e 2024.
Segundo Jossai, as autoridades têm apresentado diversas justificações para a demora nos pagamentos. “Dizem que não têm fundos ou que o processamento do pagamento não é viável. Em suma, afirmam que estão a trabalhar no assunto desde 2023”, denunciou a docente.
Gervásio Lázaro, outro professor que se juntou à greve, lamentou a situação, enfatizando que a falta de pagamento tem um impacto significativo nas suas vidas. “Esse dinheiro faz falta. Trabalhamos e não recebemos, o que significa que, na prática, trabalhei para nada”, desabafou Lázaro.
A situação é descrita como “complicada” por vários professores, que expressam a sua frustração e desespero diante da incerteza. “Já se ouviu tantas vezes o grito de socorro”, concluiu um dos docentes, reforçando a urgência de uma solução para a crise que afecta a classe educativa.