Na sua reunião realizada na quarta-feira, o Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique (BdM) decidiu reduzir a taxa de juro de política monetária, conhecida como taxa MIMO, de 13,50% para 12,75%.
Esta decisão surge num contexto de elevada pressão sobre o endividamento público interno, que continua a suscitar preocupação.
Segundo dados divulgados pelo BdM, a dívida pública interna, excluindo contractos de mútuo e locação, bem como responsabilidades em mora, ascende a 408,1 mil milhões de meticais. Este valor representa um aumento significativo de 95,7 mil milhões de meticais em comparação com Dezembro de 2023.
Apesar deste preocupante cenário de endividamento, o banco central sublinha que o sector bancário se mantém sólido e resiliente. Em Outubro último, os rácios de solvabilidade e de liquidez registaram-se em 25,8% e 48,6%, respectivamente, ambos superiores aos níveis mínimos regulamentares de 12% e 25%. De igual forma, os rácios de rendibilidade dos activos (ROA) e dos capitais próprios (ROE) mantiveram-se em níveis satisfatórios, situando-se em 4,3% e 17,9%.
O BdM também comentou sobre o risco sistémico, que avalia o potencial de contágio resultante de perturbações no sector bancário, e afirmou que este se mantém em nível moderado. Este comportamento é reflexo da recuperação gradual da actividade económica e da desaceleração da inflação, embora o sector bancário continue exposto a factores climáticos adversos e ao crescente endividamento público.
Durante a mesma sessão, o CPMO reafirmou que as reservas internacionais brutas, excluindo grandes projectos, estão em níveis suficientes para cobrir aproximadamente cinco meses de importações de bens e serviços, o que confere alguma segurança ao sistema económico.