O Conselho Empresarial de Cabo Delgado lançou um apelo urgente aos políticos da região, solicitando um entendimento entre as partes e o término imediato dos protestos contra os resultados das eleições gerais, realizadas a 9 de Outubro.
Segundo Mahamudo Irache, presidente do conselho, a actual situação de instabilidade está a ter um impacto devastador sobre a população local, que já enfrenta os efeitos de desastres naturais e actos de terrorismo.
Em declarações à Radio France Internationale (RFI), Irache expressou a sua preocupação pela paralisação das actividades económicas, que tem penalizado severamente os cidadãos da província. “Estamos a pedir aos políticos que parem. A província de Cabo Delgado já está a sofrer com vários fenómenos. Já sofremos com o ciclone Kenneth, estamos a sofrer com o terrorismo e agora estamos a lidar com estas manifestações. No primeiro dia de protesto, ninguém trabalhou na província; imagine quantos milhões os empresários perderam naquele dia”, lamentou.
As manifestações, conforme relatado, não apenas afectam a vida quotidiana da população, mas estão também a ter repercussões negativas sobre o sector do turismo, vital para a economia local. “Já não temos turistas a entrar. As organizações não governamentais, com as quais temos colaborado, cancelaram os seus trabalhos no distrito”, acrescentou Irache.
A situação é ainda mais alarmante para o sector empresarial em Moçambique, que teme que a continuidade das manifestações possa levar à escassez de produtos de consumo, a maioria deles importados.
O apelo do Conselho Empresarial destaca a urgência de um diálogo construtivo entre as partes envolvidas, visando restaurar a normalidade e garantir o bem-estar da população de Cabo Delgado.