A plataforma flutuante de gás natural, Coral Sul FLNG, atingiu um marco significativo ao exportar 4,48 milhões de toneladas de gás desde o seu primeiro carregamento, realizado em Novembro de 2022.
Até junho de 2024, a plataforma completou 63 carregamentos, conforme revelado pelo Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, no seu Informe sobre o Estado Geral da Nação.
O Presidente não especificou os valores recebidos pelo país em termos de receitas fiscais provenientes desses carregamentos, mas destacou o impacto positivo que este desenvolvimento tem como parte do legado que deixa após dois mandatos presidenciais. Para Nyusi, este marco representa a concretização de um sonho de décadas e posiciona Moçambique como um actor relevante no mercado global de energia.
Nyusi salientou que a exploração de hidrocarbonetos no país é um capítulo transformador da economia nacional. O país não só iniciou a produção e exportação de gás, mas também deve agora enfrentar a responsabilidade de converter esta riqueza em benefício das futuras gerações. O Presidente mencionou a criação do Fundo Soberano como uma das iniciativas para garantir que a economia se beneficie deste recurso, promovendo um desenvolvimento inclusivo a longo prazo.
Além disso, Nyusi lembrou que a descoberta de gás em Moçambique se tornou uma realidade significativa, especialmente após a exploração inicial das pequenas quantidades em Pande e Temane. O início das exportações através da plataforma Coral Sul FLNG é um passo crucial, com 63 carregamentos realizados até Junho de 2024, correspondendo a cerca de 4,48 milhões de toneladas.
O Presidente também destacou a estratégia de diversificação da economia para maximizar os benefícios do gás natural. Neste sentido, referiu a construção da refinaria de gás de cozinha com capacidade para 30 mil toneladas, que está em fase de conclusão e deverá garantir que uma parte do gás seja destinada ao consumo interno dos moçambicanos.
Em relação ao sector dos combustíveis líquidos, houve um aumento significativo na capacidade de armazenamento, que agora atinge 65 mil metros cúbicos, demonstrando um planeamento estratégico e uma capacidade eficaz de mitigação de riscos.
No sector eléctrico, a taxa de cobertura da rede de electricidade duplicou praticamente desde 2015. Nyusi informou que a electrificação das sedes distritais e postos administrativos está completa e a meta é electrificar todos os postos administrativos, aumentando a taxa de cobertura de 26% em 2015 para 55% em 2024. O número de clientes da EDM cresceu de menos de 1,5 milhões em 2015 para 3,5 milhões actualmente.
A construção da central térmica de Temane, com capacidade de 450 MW, a maior desde a independência, está prevista para ser concluída nos próximos dois a três meses. Adicionalmente, a central eólica de Namaacha, com capacidade de 120 MW, está em desenvolvimento para aproveitar o potencial de energia eólica do país.
No que diz respeito à infraestrutura de energia, Nyusi destacou a construção da linha de transporte Temane-Maputo e o progresso na linha de interligação Moçambique-Malawi. A construção de subestações em várias regiões do país também contribui para garantir a distribuição eficiente de energia.
Em termos de abastecimento de água, a cobertura aumentou de 51% para cerca de 64% da população, com a construção de 180 novas unidades sanitárias.
Finalmente, no sector das infraestruturas portuárias, foram realizadas melhorias significativas, como a expansão e modernização do Porto de Nacala, a reabilitação do Porto de Maputo, e a duplicação das linhas férreas importantes para a ligação com países vizinhos. O transporte de passageiros também foi reforçado com a aquisição de 90 novas carruagens, aumentando o número de passageiros transportados por quilómetro de 3 milhões para mais de 7 milhões, um crescimento de cerca de 84%.
