A imponente fábrica de produção de gás liquefeito, em fase final de construção em Temane, no distrito de Inhassoro, está prestes a ser concluída e deverá estar operacional até Setembro deste ano.
Este ambicioso projecto integra uma rede de 10 poços de gás conectados por cerca de 100 quilómetros de gasoduto, cujo processo de perfuração e ligação já se encontra concluído, bem como a construção dos gasodutos.
Com um investimento de 760 milhões de dólares americanos, a nova unidade terá a capacidade de produzir 23 milhões de gigajoules de gás natural por ano, resultando em 30 mil toneladas de gás de cozinha (GPL) anualmente. Esta produção permitirá a Moçambique reduzir em cerca de 75% a sua actual dependência de importação de GPL, promovendo a sua utilização a nível nacional e contribuindo significativamente para a redução do desflorestamento.
Além de reforçar a segurança energética do país, a nova fábrica irá alimentar 40% do mercado interno de gás de cozinha e será uma fonte crucial para a geração de energia eléctrica, com potencial para produzir 450 megawatts na Central Térmica de Ciclo Combinado de Temane. Esta energia será integrada na rede nacional, contribuindo para a electrificação do país e proporcionando energia limpa e acessível para o desenvolvimento regional da SADC.
O projecto, que se insere num pacote mais amplo de investimentos no sector energético, inclui ainda a construção da Central Térmica de Temane, com capacidade para gerar 400 megawatts, e a linha de transmissão Temane-Maputo. Estão previstas a construção de três subestações em Vilankulo (Inhambane), Chibuto (Gaza) e Matalane (Maputo), essenciais para a evacuação da energia a ser gerada pela Central Térmica de Temane.
Durante o processo de construção da fábrica, foram criados cerca de 3 mil postos de trabalho, dos quais a maioria foi ocupada por moçambicanos. Na fase de operação, a fábrica deverá empregar 120 pessoas, incluindo 34 trabalhadores locais de Inhassoro, formados na Escola Profissional local.
Nazário Bangalane, Presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Petróleo, destacou a relevância deste projecto na diversificação e fortalecimento da matriz energética de Moçambique, sublinhando o seu papel estratégico no desenvolvimento económico e industrial do país.