Nos últimos cinco anos, Moçambique arrecadou mais de 62 milhões de dólares norte-americanos com a exportação de diversas espécies de pescado, atingindo um volume total de 10,2 mil toneladas exportadas.
Este número representa um aumento significativo de 11% em relação ao volume de 9,2 mil toneladas registado em 2020. Este crescimento foi impulsionado pela expansão das infraestruturas de pesca, pelo desenvolvimento da aquacultura de pequena escala e pelo maior acesso a mercados internacionais.
Os dados foram revelados recentemente em Quelimane, província da Zambézia, pela ministra do Mar, Águas Interiores e Pescas, Lídia Cardoso, durante o XIII Conselho Coordenador do Ministério.
A ministra destacou que, além do incremento das infraestruturas, o aumento da produção pesqueira tanto no mar quanto em áreas interiores, através do projecto de Aquacultura de Pequena Escala, foi determinante para o crescimento das exportações. Este projecto está a ser implementado, especialmente nas regiões centro e norte de Moçambique.
Lídia Cardoso acrescentou que, de um plano previsto para a produção de 683.692 toneladas de pescado entre 2020 e 2024, já foram produzidas 423 mil toneladas até 2023, o que representa um cumprimento de 72,6% do Plano Quinquenal do Governo. O aumento do consumo per capita de pescado, que subiu de 16,4 quilos por ano em 2019 para 17,2 quilos em 2023, foi também apontado como um dos factores que contribuíram para este resultado.
Entre os elementos-chave para o sucesso, a ministra salientou a construção de oito novos mercados de peixe em todo o país — dois na Zambézia, três em Nampula e três em Cabo Delgado — que melhoraram significativamente a conservação do pescado e impulsionaram a geração de renda e emprego.
Outro factor relevante foi a implementação do Projecto de Desenvolvimento de Agricultura de Pequena Escala (PRODAP) nas regiões centro e norte do país, que visa acelerar a produção aquícola e aumentar os rendimentos dos pequenos produtores.
Segundo Lídia Cardoso, o Governo está empenhado em promover a aquacultura e a piscicultura, devido ao grande potencial existente em Moçambique. Estas iniciativas são vistas como fundamentais para aumentar o acesso à proteína, melhorar a segurança alimentar e nutricional, e proporcionar melhores condições sociais e económicas aos produtores.