Economia TotalEnergies sob investigação por alegada negligência em Palma

TotalEnergies sob investigação por alegada negligência em Palma

A justiça francesa iniciou uma investigação contra a TotalEnergies, em França, por suspeitas de homicídio involuntário e omissão de socorro durante um ataque extremista no norte de Moçambique. A queixa foi apresentada por sobreviventes do incidente.

A investigação surge na sequência de uma queixa submetida por sobreviventes e familiares das vítimas do ataque ocorrido em Palma, Moçambique, em março de 2021, informou o Ministério Público de Nanterre, próximo de Paris. A petrolífera francesa, líder no projeto de exploração de gás natural na região, é suspeita de uma série de atos de negligência.

O Ministério Público de Nanterre confirmou à AFP que irá investigar o caso para determinar se deve prosseguir, encerrar ou investigar mais a fundo.

Nicholas Alexander, um dos queixosos sul-africanos que sobreviveu ao ataque, considerou este desenvolvimento como positivo, destacando a rápida resposta do Ministério Público francês aos pedidos. Ele denunciou a suposta responsabilidade da TotalEnergies no incidente.

Anabela Lemos, ativista da organização Amigos da Terra em Moçambique, também se pronunciou sobre a abertura da investigação, esperando que este seja o primeiro passo para responsabilizar a empresa pelos danos causados.

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Em resposta às acusações, um porta-voz da TotalEnergies reiterou a posição da empresa, já divulgada publicamente em outubro de 2023, quando a queixa foi inicialmente apresentada. A empresa negou veementemente as acusações e destacou os esforços de ajuda de emergência prestados pela Mozambique LNG, subsidiária da Total no país, durante o ataque.

O atentado em Palma, reivindicado por uma ramificação africana do Estado Islâmico, começou em 24 de março de 2021, durou vários dias e causou um número desconhecido de vítimas entre a população local e os subcontratantes da TotalEnergies. O incidente levou à suspensão do megaprojeto de exploração de gás natural na península de Afungi, um investimento de 20 mil milhões de dólares (18 milhões de euros). Apesar das expectativas iniciais, o relançamento do projeto não ocorreu até à data.