A organização não-governamental Counterpart International propôs um investimento de 479 mil dólares em programas de alimentação escolar nos próximos cinco anos em Moçambique, com o objetivo de mitigar a fome nas escolas do país.
A sugestão foi apresentada esta manhã em Maputo pelo director adjunto da Counterpart International–Mozambique, Frenk Nhamuenda, durante um painel da Semana de Ação Global pela Educação para Todos (SAGEPT).
Nhamuenda explicou que este valor, que representa menos de meio por cento do Produto Interno Bruto de Moçambique, poderia resolver de imediato o problema da fome escolar no país. “A curto prazo, este investimento resolveria a fome imediata e contribuiria para a rede de protecção social, melhorando o capital humano a curto prazo e gerando riqueza para o país a longo prazo”, afirmou.
O director adjunto destacou que cerca de 18,8 por cento das repetições de ano escolar no país estão associadas à desnutrição crónica. “As crianças que sofrem de desnutrição crónica, sem intervenções adequadas, apresentam um atraso médio de 4,7 anos na sua educação escolar. Ou seja, uma criança gravemente desnutrida atrasa-se aproximadamente cinco anos na escola”, explicou.
Nhamuenda também mencionou estudos realizados pela Universidade de Harvard e pela Universidade Eduardo Mondlane, que demonstram os benefícios financeiros da alimentação escolar. “Vários estudos são unânimes em mostrar que há um retorno significativo do investimento em alimentação escolar. Estes estudos confirmam a existência de benefícios financeiros decorrentes da alimentação escolar”, referiu.
Segundo a Counterpart International, investir na alimentação escolar não só melhoraria a educação, mas também teria impactos positivos na saúde, nutrição, protecção social e agricultura do país.