A Galp anunciou recentemente um acordo para vender a sua participação de 10% em projectos de exploração de gás natural em Moçambique, numa transacção que rende 600 milhões de euros para a empresa portuguesa.
Os activos incluídos nesta venda abrangem o campo de gás natural liquefeito Coral Sul, que está em operação desde 2022, além dos projectos Coral Norte e Rovuma LNG, que estavam previstos para entrar em produção nos próximos dois anos.
A participação da Galp nestes projectos da Área 4 de Moçambique será adquirida pela ADNOC, a empresa nacional de petróleo de Abu Dhabi. No entanto, a Galp mantém a sua presença nas actividades de downstream, especialmente na distribuição de combustíveis.
A Galp justificou esta decisão como parte da sua estratégia de investimento disciplinada. Esta venda representa um desinvestimento num dos seus principais activos de exploração e surge meses após a empresa ter anunciado a descoberta de reservas de petróleo ao largo da costa da Namíbia.
A transacção está avaliada em 650 milhões de dólares (cerca de 600 milhões de euros), líquidos de impostos, pelos quais a Galp receberá pelas suas acções e empréstimos concedidos. Além disso, estão previstos pagamentos adicionais contingentes de 100 milhões de dólares e 400 milhões de dólares após a tomada de decisões finais de investimento nos projectos Coral Norte e Rovuma.
Embora Moçambique possua vastas reservas de gás natural, o desenvolvimento desses activos tem sido prejudicado pelos conflitos em Cabo Delgado. Com esta venda, as operações de exploração e produção da Galp ficam concentradas no Brasil, além do projecto na Namíbia, onde a empresa controla 80% do consórcio. Para desenvolver este último projecto, a Galp está à procura de parceiros financeiros para vender parte da sua participação.