Um navio de 285 metros de comprimento (Panamax) atracou no sábado no Porto da Beira, sendo a primeira embarcação daquela dimensão que escala aquele recinto, representando positivamente o impacto do trabalho de dragagem levado a cabo pela Empresa Moçambicana de Dragagem (EMODRAGA), na substancial melhoria das condições de navegabilidade do canal de acesso.
Baptizada “MSC FLORIANA VI”, a referida embarcação, que é agenciada pela companhia marítima MSC, compreende ainda 10,5 metros de calado e, consequentemente, ocupou dois cais do Porto da Beira, nomeadamente os números 4 e 5.
O último navio de grandes dimensões que atracou naquele porto foi o “MSC HOUSTON”, com 266,65 metros de comprimento, que chegou pela primeira vez no dia 12 de Junho passado e a segunda embarcação acostou naquele complexo no dia 4 de Outubro.
Tal acontece numa altura em que a maior linha de navegação chinesa, denominada COSCO, identificou o Porto da Beira para a importação e exportação de mercadorias de alguns países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que são tradicionais operadores daquele recinto, como o Zimbabwe, a Zâmbia, Malawi, Botswana e República Democrática do Congo (RDC).
Com efeito, atracou recentemente naquele complexo o primeiro navio da COSCO, com o nome Devon Madeira, que transportava 1200 contentores, o que marcou o arranque das ligações entre África e Ásia, concretamente Moçambique e China.
Por isso, espera-se que venham a ser dinamizadas cada vez mais as operações nas actividades de exploração mineira dos investidores chineses baseados naqueles territórios da SADC.
Entretanto, o administrador-delegado da Cornelder de Moçambique (entidade gestora dos Terminais e Carga-geral do Porto da Beira), Jan d’Vries, descreveu a iniciativa como podendo vir a contribuir positivamente no pulsar da economia entre ambos os países.
Conforme está previsto, navios daquela linha de navegação vão passar a escalar semanalmente ao Porto da Beira, transportando gradualmente maiores cargas diversas.