“Medo e ataques confirmados de grupos armados não estatais no distrito de Muidumbe (Muambula) desde 16 de novembro desencadearam 2.024 movimentos para o distrito de Mueda”, informa a organização em comunicado.
O documento resume dados de apenas dois dias, segundo os quais 43% dos deslocados são crianças e 848 pessoas têm vulnerabilidades.
A maioria (76%) fugiu pela primeira vez, mas um quarto dos deslocados já escapou à violência armada por três vezes.
Ainda em Cabo Delgado, no distrito de Meluco, os residentes da comunidade de Minhanha relataram o rapto de quatro pessoas, das quais duas mulheres grávidas, uma criança de cinco anos e um homem.
O sequestro ocorreu na tarde de sexta-feira (18.11), em campos agrícolas e os raptores estavam encapuzados com lenços pretos, segundo relataram à Lusa testemunhas que fugiram para Mueda.
Um dos residentes disse ter ouvido os raptores a falar em kimwani, língua local, dizendo que “vão continuar a controlar Minhanha, porque nas ‘machambas’ [campos agrícolas] há muita comida”.
Em cinco anos, o conflito em Cabo Delgado já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.