Destaque Cabo Delgado: FDS neutralizam base de insurgentes

Cabo Delgado: FDS neutralizam base de insurgentes

O Presidente da República, Filipe Nyusi, anunciou que as forças governamentais, com apoio do Ruanda e da SADC, neutralizaram uma das principais bases dos insurgentes no distrito de Macomia, na província de Cabo Delgado. 

“A base chama-se Catupa e foi um grupo das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique que a invadiu, tendo os outros parceiros feito um cordão de segurança”, declarou o Presidente Filipe Nyusi, durante uma conferência de imprensa na noite de quinta-feira em Pemba, capital provincial de Cabo Delgado.

O chefe de Estado moçambicano acrescentou que a base fica numa mata densa do distrito de Macomia e que albergava rebeldes que fugiram das operações militares que culminaram com a recuperação de Mocímboa da Praia em Agosto do ano passado. As operações para neutralizar essa base começaram na semana de 25 de Junho.

Eles tinham duas bases chamadas Sire 1 e 2 e as Forças Armadas de Defesa e Segurança ocuparam e destruíram essas bases todas, recuperando Mocímboa da Praia. Por esta razão, eles fugiram e se posicionaram nas matas de Macomia”, explicou Filipe Nyusi.

O anúncio acontece uma semana depois de o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) ter alertado para a gravidade de novos ataques em distritos até agora considerados seguros e que provocaram 36.000 deslocados. Ainda esta quarta-feira, em Ancuabe, um grupo armado decapitou duas pessoas e ameaçou a população da zona.

Recomendado para si:  Manifestantes no Madagáscar exigem saída do Presidente André Rajoelina

Filipe Nyusi argumentou que os novos ataques no sul e centro de Cabo Delgado são resultado do desespero dos rebeldes, que precisam de apoio logístico e alimentos face à pressão que está a ser exercida pelas forças moçambicanas, apoiadas pelo Ruanda e pela SADC.

A província de Cabo Delgado é alvo, desde 2017, de ataques, tendo alguns sido reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico. Há cerca de 800 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações, e cerca de 4.000 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED.

Desde Julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda – a que se juntou depois a SADC – permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes, mas a fuga destes tem provocado novos ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio.