O Primeiro-Ministro, Adriano Maleiane, afastou a possibilidade de se subsidiar o preço dos combustíveis e do pão, apesar da crise que já abala milhares de famílias, segundo aquele governante que é citado pelo O País, o mesmo terá dito que não há subsídio sustentável, porque, quando aplicado na generalidade, acaba por beneficiar pessoas de que não necessitam.
Maleiane que se encontra em Nampula para uma visita de trabalho de três dias e foi perante empresários que deixou claro que os subsídios não são sustentáveis. “Temos que saber como é que gerimos a crise, que é esta coisa de subida do preço do combustível. Uns dizem que o Estado deve fazer subsídio, mas vamos ser honestos: não há subsídio sustentável porque para dar tem que sair do imposto e como é que vai buscar o imposto se as empresas também não funcionam. Dar subsídio a gasolineiras não é solução porque naquela bomba compramos todos nós – ricos, pobres, compram ao mesmo preço -, mas não isso que a gente quer. O Estado quer dar o subsídio a aquele que efectivamente precisa. O mesmo também tem a ver com o pão, por causa do trigo. Subsidiar a padaria não é sustentável porque toda a gente vai comprar aquele pão subsidiado, mas não é isso que o Governo quer. O Governo quer subsidiar àquele que não pode”
A actual escalada de preços das principais commodities no mercado internacional está a baralhar as contas do Governo na gestão da economia nacional e o combustível é o principal motor dessa crise. O decreto n.º45/2012, de 28 de Dezembro, prevê a actualização do preço dos combustíveis sempre que as variações no mercado internacional forem relevantes, e o Executivo de Filipe Nyusi congelou o preço por muito tempo, o que implicou a acumulação de perdas para as gasolineiras.
Tendo em conta os custos do barril do petróleo no mercado internacional, as gasolineiras estimam que a gasolina, por exemplo, devia custar 97,19 Mt/litro, mas está a ser vendida ao público a 77,39 Mt. O gasóleo, dizem os importadores, devia custar 97,26 Mt/litro, mas é vendido a 70,97 Mt.
Face a esta situação, o Governo é que está ou deve pagar a diferença e, neste momento, tem uma factura de mais de 120 milhões de dólares por compensar às gasolineiras.