O Banco de Moçambique (BM) perspectiva, para este ano, uma recuperação da actividade económica mais baixa.
Segundo o banco central, o reforço das medidas restritivas devido à aceleração da propagação da Covid-19, no início do ano, sobretudo nas áreas de lazer e restauração, combinado com o efeito negativo do conflito militar na zona norte, condicionando o fluxo normal de parte das actividades de implantação dos projectos de exploração do gás natural, são alguns dos elementos que levam a uma revisão em baixa das perspectivas económicas para 2021.
No seu Plano Económico e Social (PES) para o presente ano, aprovado pela Assembleia da República, o Governo projectou um crescimento da economia em 2.1%. Todavia, sem apresentar as novas previsões, o BM refere que a taxa deverá ser revista em baixa, associando os efeitos negativos já descritos aos choques climáticos.
Na quarta-feira (27), o Comité de Política Monetária do Banco de Moçambique (CPMO), esteve reunido em Maputo para avaliar os desenvolvimentos recentes da economia moçambicana.
No final do encontro, o BM emitiu um comunicado de imprensa através do qual a instituição financeira defende ser pertinente o aprofundamento de reformas estruturantes na economia, visando o fortalecimento das instituições, a melhoria do ambiente de negócios, a atracção de investimentos e a criação de empregos.
“A rápida propagação da Covid-19 desde o início do ano, o prolongamento dos conflitos militares e a ocorrência de calamidades naturais vão continuar a exigir um maior esforço financeiro do Estado, aumentando assim as preocupações quanto à postura fiscal em 2021”, aponta.
Desde o último CPMO, realizado em finais do ano passado, a dívida pública interna, excluindo contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, aumentou de 182.325 milhões de meticais para 183.819 milhões de meticais, segundo o banco.
“O mercado cambial regista pressão na procura de moeda estrangeira. O Metical continua a depreciar-se, reflectindo os elevados riscos e incertezas prevalecentes na economia doméstica e o fortalecimento do dólar norte-americano no mercado internacional. Entretanto, o saldo de reservas internacionais brutas incrementou para 4.086 milhões de dólares até 22 de Janeiro, o que permite cobrir mais de seis meses de importação de bens e serviços”, refere o Banco de Moçambique.