Foram anunciados novos acordos com farmacêuticas, e contabilizadas as necessidades financeiras para 2021: 5,5 mil milhões de euros. “Mas só estaremos seguros quando todos estivermos seguros”, disse Seth Berkley, da Aliança GAVI.
A iniciativa global COVAX, destinada a fazer chegar vacinas contra a covid-19 aos países mais pobres, anunciou nesta sexta-feira ter acordos para aceder a perto de dois mil milhões de doses, e as primeiras devem ser entregues ainda durante o primeiro trimestre de 2021, explicou a cientista da Organização Mundial de Saúde (OMS) Soumya Swaminathan.
São vacinas ainda em desenvolvimento, e não as que estão mais adiantadas, as da Pfizer e da Moderna, já a ter autorizações de emergência para serem comercializadas, embora decorram negociações com estas empresas para entrarem no portfolio da COVAX, foi anunciado numa conferência de imprensa virtual.
“Ainda precisamos de mais doses e sim, ainda precisamos de mais dinheiro. Mas o nosso objectivo continua viável”, disse Seth Berkley, administrador da Aliança para as Vacinas GAVI, que está a liderar o processo da COVAX, numa conferência de imprensa virtual que abordou as notícias saídas nos últimos dias sobre as dificuldades desta iniciativa, sugerindo que os países mais pobres poderiam ficar sem vacinas para a covid-19 até 2024.
As necessidades de financiamento continuam, no entanto, a ser elevadíssimas: mais 6,8 mil milhões de dólares (5,5 milhões de euros) em 2021. “Só estaremos seguros quando estivermos todos seguros”, frisou, repetindo uma dos apelos à solidariedade mais ouvidos nesta crise.
O objectivo da COVAX é garantir que pelo menos 20% da população mundial será imunizada contra o novo coronavírus no fim de 2021 – embora os cientistas calculem que só se consegue atingir imunidade de grupo, o valor a partir do qual se consegue que o vírus deixe de circular na população, se 60% da população estiver imunizada.