A Tanzânia não relatou um único caso de coronavírus em três meses, mesmo com a expectativa de que o continente africano ultrapasse o limiar de um milhão de casos relatados nesta semana.
Mais de 90 dias se passaram desde que a Tanzânia relatou até mesmo um único novo caso de coronavírus – muito mais do que qualquer outro país africano. O presidente da Tanzânia declarou o flagelo “absolutamente acabado” e encorajou os turistas a voltar.
O problema é que, fora da Tanzânia, as pessoas são céticas. E dentro da Tanzânia, poucos se atrevem a enfrentar o presidente, John Magufuli, que se tornou cada vez mais autocrático desde que foi eleito há cinco anos.
O Sr. Magufuli disse que o poder da oração ajudou a eliminar o vírus do país, mesmo quando se espera que o continente africano cruze esta semana o limiar de um milhão de casos relatados.
O presidente da Tanzânia promoveu um chá de ervas não comprovado de Madagascar como uma cura. Ele depreciou o distanciamento social e o uso de máscaras. E seu governo não divulgou nenhum dado recente à Organização Mundial de Saúde. O grupo teve notícias da Tanzânia pela última vez em 29 de abril, quando o país relatou 509 casos e 21 mortes por Covid-19.
O Sr. Magufuli se apresentou diante de oficiais do governo e de segurança na capital, Dodoma, em 20 de Julho e os elogiou por restaurar a segurança no país do leste africano de quase 60 milhões de habitantes. “Nossos inimigos dirão muito, mas aqui na Tanzânia estamos seguros”, disse ele. “Colocamos Deus em primeiro lugar, e Deus nos ouviu.”
Fora da Tanzânia, a dúvida sobre a ausência conspícua de novos casos ou mortes só foi reforçada pelo comportamento de Magufuli nos últimos meses.