As esperanças estão a diminuir para encontrar sobreviventes no porto de Beirute, cinco dias depois das duas explosões devastadoras que atingiram a capital libanesa, anunciou no domingo (09) o exército do Líbano.
“[Após vários dias de] operações de busca e salvamento, podemos dizer que encerramos a primeira fase, aquela que oferece a possibilidade de encontrar pessoas vivas. Continuamos a ter esperança, mas, como técnicos que trabalham no terreno, podemos dizer que a esperança de encontrar pessoas vivas está a diminuir”, indicou o coronel Roger Khouri, chefe do regimento de engenheiros militares, durante uma conferência de imprensa.
Ainda este domingo, na abertura da videoconferência internacional de doadores, o Presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu “agir com rapidez e eficácia” para que a ajuda “vá muito directamente” para a população libanesa.
O chefe de Estado também pediu às autoridades libanesas para “agirem para que o país não se afunde e para responderem às aspirações que o povo libanês exprime com legitimidade nas ruas de Beirute, neste momento. Todos juntos temos o dever de fazer tudo para que a violência e o caos não prevaleçam”.
“Porém, hoje, quem tem interesse nesta divisão e caos são os poderosos que querem, de alguma forma, mal ao povo libanês”, acrescentou o Presidente, sem citar nomes, a partir da sua residência de Brégançon, em Borme-les-Mimosas (Var, sul de França), na videoconferência coorganizada em poucos dias pela ONU e França e que reúne cerca de 15 dirigentes.
Macron insistiu que a “oferta de ajuda também inclui o apoio a uma investigação imparcial, confiável e independente das causas da catástrofe”.
“É um pedido forte e legítimo do povo libanês. É uma questão de confiança. Os meios estão disponíveis e devem ser mobilizados”, disse.
Porém, nem o Presidente libanês, nem o líder do movimento xiita Hezbollah, Hassan Nasrallah, querem estrangeiros a participar na investigação, alegando a soberania do Líbano para gerir os seus assuntos.
Durante a visita à capital do Líbano, o Presidente francês prometeu que o dinheiro não iria para a “corrupção” e, segundo uma fonte diplomática, citada pela AFP, que a ajuda vai ser concentrada nas necessidades de alimentos e infraestruturas.