O Facebook removeu das suas plataformas de redes sociais várias contas com ligações a grupos de extrema-direita que planeavam infiltrar-se nos protestos contra a violência policial nos EUA.
O Facebook anunciou esta sexta-feira que removeu das suas plataformas de redes sociais várias contas com ligações a grupos de extrema-direita que planeavam infiltrar-se nos protestos contra a violência policial que decorrem há vários dias nos Estados Unidos.
Intitulados “Proud Boys” e “American Guard”, os grupos online agora apagados, e que estavam associados a movimentos supremacistas brancos, eram constituídos por dezenas de contas nas redes sociais Facebook e Instagram.
“Estávamos já a trabalhar nestes grupos e nas páginas associadas, com a ideia de removê-los dentro de uma semana ou duas”, explicou o diretor da unidade de combate contra organizações perigosas no Facebook, Brian Fishman.
“Mas quando vimos que estavam a publicar conteúdos relacionados com os protestos e que estavam a organizar-se para participar presencialmente, em alguns casos com armas, tivemos de acelerar a nossa investigação e a remoção das contas”, precisou o representante, numa conferência de imprensa.
Brian Fishman não deu pormenores sobre o número de utilizadores que seguiam estes grupos online, nem mesmo indicou o número de visualizações dos conteúdos agora removidos.
Esta unidade do Facebook decide remover contas em função dos conteúdos publicados, que neste caso em particular promovia um “discurso de ódio”.
Em Las Vegas, no estado do Nevada, três militantes de extrema-direita foram indiciados na quarta-feira por incitar à violência durante marchas pacíficas.
Segundo os serviços do procurador-federal do Nevada, Nicholas Trutanich, os três homens pertenciam ao movimento “Boogaloo”, um termo conotado ao ‘aceleracionismo’, tendência associada à extrema-direita que defende uma “aceleração” do capitalismo e o caos para “derrubar” a ordem existente e para “construir” uma “nova sociedade”, baseada na supremacia branca.
Nicholas Trutanich indicou que os três homens estavam na posse de ‘cocktails molotov’.
“Elementos violentos sequestraram os protestos pacíficos em todo o país, incluindo no Nevada, explorando a raiva real e legítima suscitada pela morte de Floyd ao serviço das suas agendas extremistas”, afirmou o procurador federal, num comunicado.
O Facebook também removeu um grupo intitulado “Identity Europe”, que, segundo a rede social Twitter, se apresentava “de modo falso” como sendo anti-fascista.
O Facebook garantiu não ter detetado sinais de uma eventual interferência estrangeira nestes grupos e nos protestos.
O procurador-geral dos Estados Unidos (o equivalente ao ministro da Justiça), Bill Barr, afirmou na quinta-feira que “agentes estrangeiros” estavam a tentar “exacerbar a violência” nos protestos ocorridos no território norte-americano nos últimos dias.