O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique (BM) decidiu reduzir a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, em 100 pontos base, para 10,25%. A decisão foi suportada por uma nova revisão em baixa das perspectivas de inflação para o médio prazo, num cenário em que se prevê uma procura agregada mais contraída em 2020 e retoma branda em 2021, reflectindo as restrições na actividade económica associadas aos desafios impostos pela COVID-19 tanto a nível doméstico como internacional.
De acordo com uma nota de imprensa do Banco Central recebida pela redacção da Miramar, as perspectivas de médio prazo apontam para uma inflação baixa. Em Maio, a inflação anual de Moçambique desacelerou para 3,02%, após 3,32% no mês precedente. O BM prevê que até ao fim do ano de 2020 e de 2021 a inflação se mantenha baixa, na banda de um dígito
Espera-se maior contracção da actividade económica até ao final de 2020, seguida por uma retoma branda em 2021.
O mercado dispõe de divisas suficientes para apoiar a actividade económica no curto e médio prazos. No mercado monetário interbancário, a liquidez mantém-se em níveis elevados
Por outro lado, mantêm-se as perspectivas de elevada pressão sobre as contas públicas. As medidas de mitigação da COVID-19 poderão afectar o perfil das contas públicas, mas espera-se que parte significativa da pressão seja minimizada pelos apoios dos parceiros de cooperação. Entretanto, desde a última sessão do CPMO, a dívida pública interna, excluindo contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, diminuiu de 163.670 milhões para 160.135 milhões de Meticais.
Para o horizonte de curto a médio prazo, agravam-se os riscos e incertezas na economia doméstica. Os riscos e incertezas agravaram-se significativamente, com destaque para a instabilidade militar na zona norte do país, e a magnitude do impacto da COVID-19.