O presidente do Banco Africano de Desenvolvimento garante que está inocente das acusações de nepotismo e favorecimento e que planeia continuar a trabalhar com os accionistas.
O presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) disse esta quarta-feira que está inocente das acusações de nepotismo e favorecimento e acrescentou que vai continuar a trabalhar com todos os accionistas para cumprir a missão do banco.
“Apesar das tentativas sem precedentes feitas por alguns para prejudicar a minha reputação e os procedimentos de governação do banco, mantenho a minha inocência relativamente às alegações inventadas, que de forma injusta tentam impugnar a minha honra e integridade, bem como a reputação do BAD”, escreve Akinwumi Adesina num comunicado enviado esta quarta-feira à Lusa.
No texto, Adesina diz que tem sido “inundado de um apoio tremendo” e expressa “absoluta confiança na integridade do banco e no seus sistemas, regras e procedimentos de governação”.
O comunicado surge em resposta às notícias dos últimos dias, que dão conta do lançamento de uma investigação independente e externa à gestão de Adesina, na sequência de uma denúncia anónima de funcionários do banco sobre favorecimento e nepotismo, que foi classificada de infundada pelo comité de ética do BAD.
“Continuo confiante que, no final e como um coletivo, o Banco vai emergir mais forte que nunca e continuar a apoiar o desenvolvimento de África”, diz Adesina, garantindo que vai “continuar a trabalhar com todos e cada um dos acionistas para garantir que o BAD mantém a sua reputação global, arduamente ganha, e que os sistemas institucional e de governação são aplicados”.
A resposta do presidente do BAD surge depois de, esta manhã, a agência de informação financeira Bloomberg ter noticiado que a direção do banco decidiu lançar uma investigação externa e independente à gestão de Akinwumi Adesina, na sequência desta exigência feita pelos EUA e apoiada pelos países nórdicos.
De acordo com a Bloomberg, a direção do BAD concordou com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, que defendeu uma investigação externa por ter “profundas preocupações” com o relatório original que ilibou Adesina de favorecimento e de nepotismo na gestão desta instituição multilateral financeira.
Ao pedido dos Estados Unidos juntou-se a Suécia, a Finlândia, a Noruega e a Dinamarca, além de outros países não identificados no artigo da Bloomberg, que cita duas pessoas que conhecem a decisão, que ainda não foi anunciada oficialmente, e que pode obrigar Adesina a afastar-se da liderança do banco até à conclusão do processo.
A Lusa questionou o Ministério dos Negócios Estrangeiros que, juntamente com o Ministério das Finanças, representa o acionista Portugal na estrutura do banco, mas uma fonte do MNE disse que não havia, para já, comentários a fazer.