O Afeganistão anunciou ter libertado cerca de 900 prisioneiros talibãs, afirmando esperar que, com o gesto, os insurgentes prolonguem o cessar-fogo de três dias que decretaram em todo o país.
O governo afegão garantiu esta terça-feira ter libertado cerca de 900 prisioneiros talibãs, afirmando esperar que, com o gesto, os insurgentes prolonguem o cessar-fogo de três dias que decretaram em todo o país e que termina ao fim do dia.
A libertação dos detidos, a que assistiu um jornalista da agência noticiosa France-Presse (AFP), ocorreu na prisão de Bagram, 60 quilómetros a norte de Cabul, onde os Estados Unidos mantêm uma base militar, e da cadeia de Pul-e-Charkhi, no leste da capital afegã.
“Estou muito satisfeito por ter sido agora libertado. Irei juntar-me à minha família após oito longos anos. Queremos um cessar-fogo permanente no país. Se as tropas estrangeiras partirem não nos bateremos mais”, afirmou Abdul Wasi, talibã de 27 anos, que residia na província de Kandahar, no sul do Afeganistão.
No total, segundo o tenente-coronel Nazifullah Walizada, que supervisionou a operação em nome do Ministério da Defesa afegão, foram libertados cerca de 900 prisioneiros.
O Conselho Nacional de Segurança, órgão governamental, tinha anunciado de manhã a iminência das libertações, destinadas a “permitir avanços na causa da paz e na extensão do cessar-fogo”.
“Esperamos que os talibãs decidam prolongar o cessar-fogo para que possamos desatar o processo de paz. O futuro depende da próxima decisão dos talibãs”, disse, depois, o porta-voz do Conselho, Faisal Javid numa conferência de imprensa.
Contactados pela AFP, os insurgentes mostraram-se “muito otimistas” em relação à questão, indicando inicialmente que cerca de 200 membros das “forças de administração de Cabul” detidos seriam libertados nos próximos dias.
Uma segunda fonte indicou, pouco depois, considerou “muito provável” prolongar o cessar-fogo por sete dias se o governo acelerar a libertação dos prisioneiros.
“Todos os nossos dirigentes (…) estão praticamente de acordo” com o prolongamento do cessar-fogo, acrescentaram várias fontes.