A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) reuniu-se nesta quarta-feira em Maputo para discutir as formas de canalizar os efeitos positivos e negativos prováveis do advento de recursos naturais fazendo com que esta oportunidade de crescimento seja explorada sem pôr em risco a subsistência de mais de 70 porcento da população, cuja sobrevivência ainda depende da agricultura.
Falando durante a cerimónia, o Assessor da Confederação das Associações Económicas de Moçambique, Hipólito Hamela disse que a sua instituição fez um estudo sobre os recursos naturais de há dois anos atrás até este ano, tendo escolhido os sectores de mão-de-obra qualificada como o da Agricultura e o Turismo.
“Por isso estamos reunidos para percebermos o que é preciso para que os recursos naturais não afectem esses dois sectores e que não sejam esquecidos.
Segundo Hamela, a indústria de recursos naturais vai gerar grandes fluxos de entrada de divisas que poderão transformar o país.
“Esses recursos têm o potencial de aumentar a produtividade e os rendimentos e melhorar a competitividade do país”, disse.
No entanto, as enormes entradas de moeda estrangeira também podem colocar pressões significativas na economia. Um grande aumento dos fluxos de divisas resultantes da exportação de areias minerais/pesadas, gás, carvão, etc, podem resultar numa apreciação da moeda nacional.
“O “efeito cambial” imediato pode induzir uma série de consequências económicas, causando pressão sobre a competitividade da economia e sobretudo afectando o crescimento e a competitividade de sectores de bens transaccionáveis tal como a agricultura”, asseverou.
Dados recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) e do Instituto de Algodão de Moçambique indicam que em 2012 cerca de seis porcento das empresas agrícolas produziram algodão e depois do tabaco e açúcar, o algodão é o terceiro maior produto de exportação agrícola moçambicano e relativamente aos mercados mundiais as exportações de Moçambique são cerca de 0,5 porcento.
Em 2013/14, mais de quatro quintos da produção total de algodão vieram da zona Norte e o descaroçamento local é feito por empresas privadas para separar as sementes do algodão da fibra.
Actualmente o sector do algodão enfrenta uma serie de problemas desde o baixo rendimento, baixos preços ao produtor e o uso limitado de insumos melhorados.
Em relação ao arroz, Moçambique é muito dependente das importações para satisfazer a procura total de arroz e deverá importar o equivalente a 1 porcento do comercio mundial do arroz.
Este ano, o preço mundial de arroz branqueado da Tailândia (25 porcento de grãos partidos) é de 390 dólares por tonelada, as quais se juntam a frete, seguro, taxas portuárias e custos de distribuição para o sector grossista, O preço global de arroz deve cair em 2022, cerca de 15 porcento em termos reais.