Numa altura em que já se registou mais de mil mortos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anuncia vacina preventiva contra a ébola para 2015.
O Director do Departamento de Vacinas e Imunização daquela instituição, Jean-Marie Okwo Bele, disse que a vacina deverá passar a fase de ensaios clínicos em Setembro próximo, primeiro nos Estados Unidos e depois num país africano, onde se tenha apurado um caso.
Okwo Bele frisou ainda que no final do ano já se pode obter resultados e se esses testes forem bem sucedidos, tratando-se de uma emergência, pode-se colocar em prática procedimentos de emergência para que em 2015 o mundo disponha de uma vacina.
De momento, não há tratamento específico no mercado para curar ou prevenir a febre hemorrágica ébola causada por um vírus que mata em poucos dias.
Até aqui, cinco vacinas estão em estudo. Nos Estados Unidos, um soro experimental – o Zmapp – tem sido aplicado em pacientes contaminados e de acordo com Bele “parece dar bons resultados”.
Entretanto, os principais países africanos atingidos pela epidemia da ébola anunciaram, sábado, mais medidas de urgência para tentar conter o avanço da doença.
Na Serra Leoa, cerca de 1500 polícias e militares foram mobilizados para fazer com que a quarentena seja respeitada nas cidades de Kailahun e Kenema, no oeste do país.
Na Guiné-Conacri, as fronteiras terrestres com a Libéria e com Serra Leoa foram fechadas. Os três países concentram o maior número de casos.
Na Nigéria, já foram registadas 13 pessoas contaminadas. O país decretou estado de emergência.
O Chade, que oficialmente não tem ainda nenhum paciente com o vírus, anunciou sábado a suspensão de todos os voos partindo ou chegando da Nigéria. As autoridades da Zâmbia proibiram a entrada de pessoas oriundas dos países com casos de ébola.
Fora da África, a Índia anunciou o reforço da vigilância nos portos e em aeroportos. No Canadá, um homem com sintomas da doença foi colocado em isolamento. Ele viajou recentemente à Nigéria.
Desde o começo do ano a epidemia já deixou mais de 1000 mortos. A África Ocidental é, até o momento, a principal zona atingida.
O vírus da ébola transmite-se por contacto directo com o sangue, líquidos ou tecidos de pessoas ou animais infectados.